Antônio de Queirós Telles, o Conde
do Parnahyba, nascido em nossa cidade em 16 de agosto de 1831, foi advogado, empresário, proprietário
rural e político.
Era o oitavo filho do
Barão de Jundiaí e de Anna Liduína de Morais e irmão do Barão do Japi, Joaquim
Benedito de Queirós Teles. Formou-se em 1851 pela Faculdade de Direito de São
Paulo, onde se matriculou em 1850 (o curso era muito mais rápido que na
atualidade). Casou-se em 13 de junho de 1854 em Itu com Rita M'Boi Tibiriçá,
tendo com ela cinco filhos. Foi Barão, Visconde e finalmente Conde do Parnahyba, título que recebeu em 3
de dezembro de 1887; era também Comendador da Ordem de Cristo, do então Reino
de Portugal.
Iniciou a carreira de
advogado em Itu, logo também iniciando na política, tendo sido eleito à
Assembléia Provincial por três biênios, de 1856 a 1861. Seu mais alto cargo
político foi o de presidente (hoje governador) da Província de São Paulo, entre 1886 e 1887. Uma
de suas mais importantes obras como governador foi a construção da Hospedaria
dos Imigrantes, finalizada em 1888; estimulou a imigração italiana para a
província de São Paulo, tendo sido um dos criadores do Núcleo Colonial Barão de
Jundiaí, no bairro da Colônia, recebendo o título de “Apóstolo da Imigração”.
Sempre se mostrou
preocupado e interessado no tema da imigração e colonização do interior da
província. Foi também fundador (1872) e presidente da Companhia Mogiana de
Estradas de Ferro de 1873 a 1886. Como
curiosidade, vale lembrar que a Mogiana atingiu seu ponto máximo de expansão em
1922, quando chegou a 2 mil km de linhas – em 1971 quando foi absorvida pela
Fepasa, esse número já havia caído para 1,5 mil – é mais uma faceta do declínio
de nossas ferrovias.
Faleceu em Campinas (6
de maio de 1888) em virtude da febre
amarela, contraída no Rio de Janeiro, para onde havia ido acompanhar um filho
que seguia para a Europa.
O corpo chegou a Jundiaí
às 4 da tarde, sendo recebido na estação ferroviária por uma grande multidão e
levado “ao palacete de seu irmão Francisco A. de Queirós Telles” (seria o Solar
do Barão?)
O enterro saiu às 10
horas do dia seguinte, presentes inúmeras autoridades e pessoas de destaque,
dentre as quais seu grande amigo, o arquiteto Ramos de Azevedo e, segundo o
jornal Correio Paulistano, “mais de mil jundiahyanos”.
O jornal dedica extensa nota à sua memória,
que conclui alfinetando seus concorrentes, dizendo que foi o único jornal a
estar presente ao enterro, que chamou de “sahimento fúnebre”.
Já o jornal Imprensa
Ytuana, de 13 de maio de 1888, noticiava missa cantada em memória do Conde, realizada na véspera na “Egreja da Ordem Terceira de S. Francisco” daquela cidade,
com a presença de autoridades e amigos – a nota concluía-se dizendo que à porta
do templo “estava postada a força desta cidade, com 20 praças com as armas em
funeral”.
Em 1890, Estevam Leão Bourroul, publicou a obra “O Conde do
Parnahyba, apontamentos biográficos” , em que narra a vida do Conde, que dá seu
nome a uma as mais tradicionais escolas de nossa cidade (fundada em 1906), que mantém um
interessante blog. A foto acima mostra uma imagem da escola em 1926.
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