quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

EM 1940 A VIDA ERA MAIS TRANQUILA

Em 1940, a vida era mais tranquila, a ponto de
dois pequenos acidentes de transito, acontecidos em nossa cidade, terem se tornado notícia naquele que provavelmente era o jornal mais importante de nosso estado - o hoje conhecido como "Estadão". 

Esses acidentes foram noticiados na edição de 11 de janeiro de 1940.

Vale lembrar que o primeiro semáforo de nossa cidade foi instalado apenas em 1950.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

1940: TOMA POSSE O PRIMEIRO VIGÁRIO DA PARÓQUIA DE S. JOÃO BATISTA

Em sua edição de 31 de janeiro de 1940, o jornal O Estado de S. Paulo noticiava a posse do primeiro vigário da paróquia de S. João Batista, recentemente criada. 

O vigário era o padre Luiz Gerardim, que foi empossado pelo padre Arthur Ricci, que era o decano de Jundiaí. 

O  doutor José Romeiro Pereira saudou o novo vigário, cuja paróquia abrangia bairros como Colônia Caxambu e Toca, além da Ponte de S. João.  

domingo, 20 de dezembro de 2020

LINS DE VASCONCELOS: UMA FIGURA ILUSTRE LIGADA A JUNDIAÍ

Em sua edição de 12 de abril de 1883, o jornal Correio Paulistano noticiava um casamento ocorrido em nossa cidade, mais precisamente na fazenda "Matto Dentro". 

Casaram-se a jovem Maria, filha do proprietário da fazenda, Benjamin Vieira e  o advogado Luís de Oliveira Lins de Vasconcelos.

A matéria descreve a festa, ressaltando que após a cerimônia religiosa, foi servido aos mais de 80 convidados "um sumptuoso luncheon à sombra das grandes e bellas árvores" da fazenda - a festa durou até às 6 da tarde! 

O noivo, nascido em Alagoas, viera para São
Paulo ainda criança. F
oi promotor público em Jundiaí,  advogado de importantes famílias paulistas e de grandes empresas, como  Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, London Bank, Companhia de Gás de São Paulo etc. Foi diretor e/ou fundador de empresas, como a  Estrada de Ferro Bragantina, Companhia Telefônica Bragantina e Companhia Melhoramentos do Paraná e presidente da Associação Comercial de São Paulo.

Nascido em 1853, desde muito cedo envolveu-se com a política, tendo sido presidente da Província do Maranhão em 1879/1880.  

Lins foi um grande filantropo: fundou  a Casa da Divina Providência, no bairro da Mooca, doando o terreno e financiando a construção, além de ter sido um dos grandes benfeitores da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Falecido em 1916, seu nome foi dado a uma importante via de São Paulo, a Avenida Lins de Vasconcelos 



terça-feira, 1 de dezembro de 2020

2ª COMPANHIA DE COMUNICAÇÕES HOSPEDOU GENERAL QUE VIAJAVA A CAVALO


Em sua edição de 18 de novembro de 1959, O Estado de S. Paulo dava uma notícia curiosa: um general reformado estava viajando a cavalo de Curitiba até Resende.

O objetivo da viagem era entregar a espada a seu filho, aluno da Academia Militar das Agulhas Negras, que ali estava concluindo seu curso.

O general fez uma parada em Jundiaí, onde ficou alojado no quartel da 2ª Companhia de Comunicações.  



sábado, 21 de novembro de 2020

EM 1882, UM JOGO DE CRICKET EM JUNDIAÍ

Em outra postagem falamos de Walter John Hammond, um engenheiro inglês que viveu em nossa cidade, trabalhando para a Cia. Paulista.

Falamos também de seus filhos Paul e Leonard, nascidos em nossa cidade e que morreram na Primeira Guerra Mundial, lutando pelo exército inglês.

Nosso amigo Moisés Cunha, ligado ao Museu do Esporte de Campinas, nos envia um recorte do jornal The Rio News, que em 5 de setembro de 1882 trazia notícias acerca de um jogo de cricket entre times de São Paulo e Campinas; dentre os jogadores desse time, estava Walter Hammond.

O jogo, vencido pelo time de São Paulo pelo apertado placar de 118 a 117, foi realizado em nossa cidade, provavelmente em razão da epidemia de febre amarela que grassava em Campinas. 

Segundo o jornal, no dia do jogo, 15 de agosto, o tempo em nossa cidade estava "beautifully fine" - algo como "muito agradável, bonito".

Seria muito interessante saber onde o jogo foi disputado - ele exige uma área gramada relativamente grande, de formato oval, praticamente do tamanho de um campo de futebol.  

A imagem abaixo mostra a equipe irlandesa Cricket Leinster. à época do jogo que aconteceu em nossa cidade



segunda-feira, 16 de novembro de 2020

1928: CRIME DE MORTE NO CINEMA

O Paiz era um jornal editado no Rio de Janeiro. 

Em sua edição de 29 de maio de 1928, noticiava que em nossa cidade um escrivão de polícia matara a tiros um soldado que tentara agredi-lo.

Segundo o jornal, o crime ocorreu "no cinema local" - qual seria esse cinema? Talvez o Politeama, que fora inaugurado, como teatro, em 1911.

 








 

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

FUTEBOL EM 1950: TIME DA PORCELANA SÃO PEDRO REPRESENTAVA JUNDIAÍ


O Jornal da Cidade publicava fotos de equipes do futebol amador de nossa cidade.

O recorte acima mostra a equipe da Porcelana São Pedro, que em 1950 jogou no estádio do Pacaembu,  representando nossa cidade nos Jogos Operários do Sesi.

A foto foi enviada pelo Turquinho, como era carinhosamente conhecido Luiz Santos, o segundo jogador em pé, da esquerda para a direita. 

Turquinho, recentemente falecido, era filho do dono da Porcelana, mas não estava no time por esse motivo: foi um grande craque do futebol jundiaiense, tendo jogado por inúmeras equipes de nossa cidade, assim como seu irmão, conhecido como Bicho. 

A Porcelana São Pedro já foi objeto de outro post deste blog, que pode ser visto aqui

sábado, 7 de novembro de 2020

1936: SECRETÁRIO DA AGRICULTURA VISITA JUNDIAI

A Folha da Manhã noticiava que em 27 de outubro de 1936 o Secretário da Agricultura, Luiz Piza Sobrinho, visitara nossa cidade.

A matéria era ilustrada com uma foto do visitante, feita na residência de Antonio Cardia Jr., na "Villa Ramy".

A propriedade de Cardia, uma fazenda, acabou sendo vendida ao Exército, e a casa é hoje o hotel de  trânsito do 12º GAC, situado na Vila Militar.


quarta-feira, 4 de novembro de 2020

1700: MUDA A SUBORDINAÇÃO DE JUNDIAÍ

No início dos anos 1700, as cidades, então chamadas vilas, eram administradas por uma Câmara, eleita pelos moradores (não todos, mulheres, escravos, índios e pessoas de renda muito baixa não votavam).

Essas Câmaras, que também exerciam o poder judiciário, eram supervisionadas por um Ouvidor, que eventualmente poderia visita-las e alterar suas decisões.

No ano de 1700, foi criada uma Ouvidoria em São Paulo - até então, Jundiaí era subordinada à Ouvidoria do Rio de Janeiro, como diz o   “Termo de Declaração e Repartição das Ouvidorias do Rio de Janeiro e S. Paulo”. 

O documento especifica que seriam subordinadas à Ouvidoria de São Paulo as vilas

As vilas eram divididas em dois grandes grupos, as litorâneas e as do "Certão", dentre as quais estava Jundiaí.

Pelo tamanho da área, provavelmente as vilas continuariam sem receber visitas do Ouvidor...



 

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

DOMINGOS DEL NERO & COMP. - UMA ANTIGA EMPRESA DE NOSSA CIDADE

Na edição de 8 de novembro de 1936, o jornal O Estado de S. Paulo trazia uma descrição de nossa cidade e anúncios de empresas aqui estabelecidas.

Chamava a atenção a empresa "Domingos Del Nero & Comp.", especialmente pela variedade de produtos com que trabalhava. 

Com loja na Rua Barão e oficinas na Rua Capitão Damásio (atual Marechal Deodoro), atuava em diversas áreas - ainda não havia escala para lojas especializadas. 

Na área veicular, vendia veículos Ford, acessórios autopeças; mantinha também postos de serviço. 

Para o lar, vendia geladeiras e rádios; para empresas, arquivos de aço, máquinas de escrever e correias. 

É mais uma empresa que se perdeu na poeira do tempo...


terça-feira, 27 de outubro de 2020

ATROPELADO POR UM TREM, SOBREVIVEU

O jornal O Estado S. Paulo, em sua edição de 11 de janeiro de 1941 noticiava que um trem da Sorocabana atropelou uma pessoa que caminhava pelo leito da ferrovia. 

O acidente aconteceu na noite do primeiro dia daquele ano, na região de Monte Serrat, hoje município de Itupeva.

Surpreendentemente, o atropelado sobreviveu, tendo sido internado no Hospital S. Vicente.  

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

DESASTRE E ACCIDENTE NA JUNDIAHY DE 1936

O jornal Correio Paulistano, em sua edição de 29 de novembro de 1936, noticiava dois fatos ocorridos em nossa cidade: na esquina das ruas Siqueira de Moraes e Rosário, chocaram-se dois automóveis, tendo um deles, o "carro de aluguel" conduzido por João Periotto, ficado bastante danificado. Felizmente, não houve vítimas. 

Um acidente aconteceu quando uma  mulher, ao acender uma lâmpada, "apanhou um violentíssimo choque, que a poz desacordada por algum tempo"

terça-feira, 20 de outubro de 2020

UM BAR CLANDESTINO EM 1878: MUITA CACHAÇA, BRIGAS E MORTES

 


"A Província de São Paulo" era o nome  original do atual "O Estado de S. Paulo".

Na primeira página de sua edição de 17 de agosto de 1878, trazia a carta de um leitor que denunciava o funcionamento de um bar clandestino, onde se vendia muita cachaça, o que provocava brigas e mortes nos arredores.

A casa funcionava no bairro do "Belemzinho", provavelmente parte hoje do município de Itatiba, que era chamado Belém de Jundiaí ou de Francisco Morato, que era chamado  Belém da Serra ou Vila Belém. 

terça-feira, 13 de outubro de 2020

1967: GRANIZO DESTRUIU NOSSAS PLANTAÇÕES DE UVAS


No dia 2 de novembro de 1967 uma violenta chuva de granizo destruiu 80% da safra de uvas que em breve começaria a ser colhida. 

No dia 5 daquele mês, o Secretário Estadual
da Agricultura, Herbert Levy, visitou a cidade e em companhia do Prefeito Pedro Fávaro e outras pessoas da cidade, visitou alguns bairros como Traviú, Corrupira e Engordadouro, grandes produtores da fruta.

Em valores atualizados, os prejuízos foram estimados em 62 milhões de reais. O Secretário informou aos lavradores que tinham feito seguro de suas culturas,  que o Banespa imediatamente  faria o pagamento dos valores devidos - apenas 10% das lavouras estavam cobertas por seguros.

Quanto aos demais, receberiam financiamentos a serem pagos em 4 anos, tendo o Secretário informado que buscaria mais auxílio financeiro junto ao governo federal e ao Banco do Brasil e Banespa. 

Segundo os produtores, a produção de uvas só voltaria ao normal em três anos. 

Mais uma vez, novembro se aproxima, e a preocupação com o granizo vem aumentado.

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

OS MÓVEIS DO SR.PAULO LEOPARDI E A RUA CAPITÃO DAMÁSIO

Nosso amigo Paulo Roberto Leopardi publicou no Facebook a imagem de um documento relativo à compra de móveis de quarto feita por seu pai, Pedro Leopardi, que casou-se em 1943.

Os móveis foram adquiridos junto à "Fábrica de Móveis Antonio Martini", que ficava na Rua Marechal Deodoro da Fonseca 265, no centro de nossa cidade.

Em meados da década de 1930, constava como endereço da fábrica "Rua Capitão Damásio, 27"; esse era o nome antigo da Rua Marechal Deodoro da Fonseca. 

Os móveis compunham um "dormitório com 8 peças" - provavelmente cama, dois criados-mudos, dois guarda-roupas, uma cômoda e uma penteadeira com banqueta - meus pais tinham algo semelhante, e a banqueta está em nosso poder, como a dos pais de Paulo está com ele.  

Se corrigirmos o preço dos móveis pelo IGP, teríamos algo próximo a R$ 10 mil, contra os Cr$ 2.850 pagos originalmente. 

Uma dúvida: o que seriam os "móveis plaqueados", de que fala o recibo?

E uma curiosidade: o capitão (depois major) da Guarda Nacional Antônio Damásio dos Santos (foto ao lado) foi o primeiro jundiaiense nato a administrar a cidade, tendo sido intendente municipal (cargo equivalente ao de prefeito) entre 1896 e 1898, ano em que faleceu.

Em sua gestão foram contratados os primeiros médicos para a área de saúde pública e criado o corpo de fiscais do município. Na área de obras, abriu a Rua São Bento desde a Praça do Fórum até as oficinas da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. 

Seria interessante descobrirmos quais as razões que levaram à mudança do nome da rua que levava seu nome. Hoje há uma rua Capitão Damásio no Jardim Tamoio. 


quarta-feira, 7 de outubro de 2020

DESDE 1897 NÃO SE PODE CONSTRUIR SEM PLANTA

Em 1897 o intendente (prefeito) de nossa cidade, Paulo da Silva Alves promulgou lei que havia sido aprovada pela Câmara Municipal, proibindo a edificação de prédios sem a apresentação das plantas. 

Isso continua obrigatório, e é lamentável é que muitas edificações seguem sendo erigidas sem apresentação das plantas. 

Alguns afirmam que, em muitos casos isso ocorre em função da burocracia vigente. 


CARLOS GOMES SAUDOU OS JUNDIAHYANOS



A Gazeta de Campinas, em sua edição de 1º de setembro de 1870 noticiava a partida para a Côrte (Rio de Janeiro) do grande compositor Carlos Gomes, natural daquela cidade.

O jornal registrava os agradecimentos do compositor ao "jundiahyanos que o saudaram também por modo muito cavalheiroso e significativo".

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

UMA REVENDA DO PASSADO: VESCAM

O Prof Maurício Ferreira nos traz um anúncio da revendedora Ford Vescam,  publicado no jornal "O Jundiaiense", edição de 9 de março de 1961. 

A empresa era   localizada à Rua Prudente de Moraes, esquina com a Rua Dr. Almeida - posteriormente mudou-se para um grande prédio próprio, situado no final da Av. Jundiaí, ao lado esquerdo de quem vai para a Anhanguera.

Quanto ao prédio da Rua Prudente, funcionou ali posteriormente uma loja de móveis para escritório, a Comercial Panizza.



domingo, 20 de setembro de 2020

23 DE JULHO DE 1912: ACIDENTE NA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA

Agora que se houve falar em reforma de nossa estação ferroviária, vale a pena lembrar um acidente que aconteceu ali em 23 de julho de 1912, quando acontecia uma reforma.

Dois operários montaram um andaime, que invadia a via; uma locomotiva atingiu  o andaime e derrubou os operários, um dos quais recebeu ferimentos graves.

O Dr. Domingos Anastácio atendeu os feridos, que foram enviados para São Paulo logo a seguir. 

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

O PADRE ADALBERTO DE PAULA NUNES

O Padre Adalberto de Paula Nunes nasceu em Jaguaruana, Ceará, no ano de 1916.

Aos 16 anos veio para Jundiaí, como aluno do Seminário Salvatoriano, tendo concluído seus estudos em São Paulo e sido ordenado em 1942.

Retornou a Jundiaí para atuar como professor no mesmo seminário onde estudara. Em 1953, foi eleito para o importante cargo de Diretor Provincial dos padres salvatorianos do Brasil.

Destacou-se como jornalista, tendo colaborado com inúmeros jornais e revistas, além de ter fundado a Rádio Difusora e dirigido o extinto jornal Folha de Jundiaí.

Foi um dos fundadores do Círculo Operário Jundiaiense, tendo falecido em nossa cidade no ano de 1962, aos 45 anos. 

Seu nome foi dado a uma pequena praça do bairro de Vila Arens, fronteira à Rua Brasil.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

PROGRAMAÇÃO DE NOSSOS CINEMAS EM 25 DE MARÇO DE 1961


Em 25 de março de 1961, o extinto jornal A Folha publicava a programação de nossos cinemas. 

Todos ficavam no centro da cidade, com exceção do República, em Vila Arens e o Vitória, na Vila Rami. 


segunda-feira, 31 de agosto de 2020

JUNDIAÍ TINHA O MAIOR VINHEDO DO BRASIL


O professor italiano Celeste Alexandre Gobbato (Volpago del Montello, 1890 – Porto Alegre,1958) foi um renomado agrônomo, enólogo, cientista e escritor.

Veio para o Brasil em 1912 a convite do governo do estado do Rio Grande do Sul a fim de ensinar na Escola de Engenharia de Porto Alegre. 

Considerado o grande pioneiro da vitivinicultura moderna no Brasil, deixou notável contribuição ao estudo e ao aperfeiçoamento da produção da uva e do vinho, dando aulas, prestando assessoria técnica e dirigindo instituições que atuavam na área, tendo produzido obras de referência neste campo.

Gobbato esteve em Jundiaí, e escreveu que aqui   percorreu a propriedade de De Vecchi e Cia., onde, segundo observou, havia “um vinhedo de seguramente 180 mil pés, plantado de uva tinta, que produzia o híbrido conhecido como Seibel n. 2”.  

Na matéria, o professor informava que o maior vinhedo do Rio Grande do Sul”, “situado no município de Bagé e pertencente a J. Marimon e Filhos, conta somente com pouco mais de 60 mil pés de parreiras, entre as quais, predomina, como em Jundiaí, a Seibel n. 2”. A foto acima mostra-o em uma cantina colonial em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.

A propriedade visitada por Gobbato era a Fazenda Progresso, próximo à Vila Arens (essa fazenda transformou-se mais tarde na Vila Progresso, parte da qual é chamada Vila De Vecchi). 

Era a maior cultura vitícola do país; chegou a ter 360.000 videiras  numa área de 100 hectares. Era uma propriedade modelar: ali atuava um engenheiro agrônomo (G. Cunha), aplicava-se fertilizantes químicos e eram utilizados equipamentos mecanizados. Já falamos dela em outro post.

A uva Seibel, conhecida em nossa região como Corbina, foi criada  pelo médico e vitivinicultor francês Albert Seibel no fim do século XIX,   a partir de castas europeias e americanas, com o objetivo de  criar variedades de uva resistentes à filoxera, praga de origem americana que dizimou os vinhedos europeus na segunda metade do século XIX.

Com esse objetivo, Seibel criou mais de quinhentas variedades de uvas, designadas pelo nome "Seibel" seguido por um número. Da França, a casta se disseminou para o Brasil,   Nova Zelândia,  Canadá e outros países,  sendo utilizada para a produção de vinhos baratos.

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

SETEMBRO DE 1934: VENDAVAL FAZ MUITOS ESTRAGOS EM JUNDIAÍ

No dia 23 de setembro de 1934, o jornal Folha da Manhã falava acerca do vendaval que atingiu nossa cidade no dia 16 daquele mês.

Alagamentos, árvores arrancadas no Horto Florestal, o então Grupo Escolar Siqueira de Moraes totalmente destelhado, parte do prédio da Electro Metallica, vizinha ao Siqueira, ruiu. 

Houve feridos - um pedestre protegeu-se junto a um muro que desabou, no centro da cidade, e acabou sofrendo fratura da bacia.

No bairro da Ponte de Campinas havia uma velha figueira, sob a qual abrigaram-se  as bandeiras  comandadas por Fernão Dias e Borba Gato e também o naturalista francês Saint Hilaire que fez uma expedição ao nosso país  e mencionou a árvore em uma de suas obras. A figueira também não resistiu, com suas raízes, foi arrancada pelo vendaval. 

Estamos chegando a setembro - esperemos que o fenômeno não se repita. 

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

UM SOLDADO DE MUITA SORTE


Em sua edição de 22 de outubro de 1940, a Folha da Manhã, jornal de S. Paulo, noticiava que o soldado da Força Pública (hoje Polícia Militar) Pedro de Souza, que estava de guarda na Cadeia Pública, foi "tomado de uma súbita alucinação" e saiu para a rua, armado de fuzil, disposto a vingar-se de um colega.

A cadeia situava-se onde fica hoje o Fórum, e na Praça da Bandeira Pedro encontrou com outro soldado, Ismael de Oliveira, que ao tentar desarma-lo foi baleado no abdome, conseguindo, no entanto, tomar o fuzil das mãos de Pedro.

Este, então, sacou uma faca e investiu contra Ismael, que apesar de ferido conseguiu domina-lo. 

Ismael era realmente um soldado de muita sorte, pois poucos são aqueles que, recebendo um tiro de fuzil na região do abdome, sofrem apenas ferimentos leves. 

A foto mostra alguns soldados da Força Pública nos anos 1940 - os uniformes não eram lá muito elegantes... 

terça-feira, 11 de agosto de 2020

EM 1961, O EXPRESSO DE PRATA CONCORRIA COM A COMETA

A Folha de Jundiaí, em sua edição de 25 de janeiro de 1961 trazia um anúncio do Expresso de Prata, empresa de ônibus que ligava nossa cidade a São Paulo.

A empresa, fundada em 1927, tem sede em Baurú e serve cidades daquela região (Jaú, Marília, Tupã e outras), São Paulo, São Vicente etc. Algumas de suas linhas ainda fazem paradas em nossa cidade.

Além dela, tínhamos o Expresso Brasileiro e a Cometa, ligando Jundiaí à capital; hoje, resta apenas a Cometa. 

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

UMA DESCRIÇÃO DA JUNDIAÍ DE 1966

A geógrafa Fany Davidovich publicou na Revista Brasileira de Geografia, edição de outubro-dezembro de 1966, um extenso e detalhado artigo descrevendo nossa cidade.

Um trecho interessante relata que em 1947-1948, dois fatos importantes marcaram a vida da cidade e passaram a orientar as formas de sua expansão espacial: a inauguração da via Anhanguera e a construção do viaduto sobre a linha férrea. 

O espaço urbano ampliou-se: graças ao viaduto, desenvolveu-se o bairro da Ponte São João, até então quase isolado. Ali foram instaladas diversas indústrias e houve o conseqüente aumento de moradias operárias principalmente - ela menciona inclusive a transferência do estádio do Paulista FC para a região. 

Ela diz que partir de 1950 houve uma transformação sensível nos  loteamentos, que buscaram ocupar as partes altas da cidade, destinando-as quase que exclusivamente à função residencial. 

Significativamente, foi abandonado o nome de "vila" para esses loteamentos, substituído geralmente pelo de "jardim".  Citam-se entre outros a Chácara Urbana, o Jardim do Lago, os Jardins Cica, Messina e Bonfiglioli, resultantes de terrenos pertencentes à Cica, o Jardim Ana Maria, Jardim Brasil e Parque do Colégio.

É uma visão diferente de nossa Jundiaí; o artigo pode ser visto na íntegra aqui

As fotos são do acervo do Prof Maurício Ferreira e mostram o Viaduto ainda em construção (1949) e a Via Anhanguera nos anos 1950; aparece a fábrica da Roca, à época ainda chamada Cidamar. 

terça-feira, 28 de julho de 2020

EM 1955 JUNDIAÍ TINHA 11 AGÊNCIAS BANCÁRIAS


Em matéria publicada em 6 de dezembro de 1955, O Estado de S. Paulo dizia que nossa cidade tinha onze agências bancárias, relacvionando-as e mencionando o nome de seus gerentes. 


É interessante que desses bancos resta apenas o Banco Brasil. 

Os mais antigos certamente vão se lembrar de alguns dos gerentes, cujas famílias eram de nossa cidade ou acabaram estabelecendo-se definitivamente em nossa cidade.  

sexta-feira, 24 de julho de 2020

A.A. IPIRANGA E PAULISTA F. C. DISPUTARAM O TORNEIO DA AMIZADE DE 1961

Em sua edição de 25 de março de 1961, o extinto jornal A Folha noticiava a realização de um jogo de futebol entre a também extinta A.A. Ipiranga, de Vila Arens, contra o time de Catanduva. 

O jogo era válido pelo Torneio da Amizade, do qual participava também o Paulista F. C., que folgaria naquela rodada.

O Ipiranga perdeu por 3 x 2, mas o torneio acabou sendo suspenso mais tarde, não se apurando o campeão.  Dos jogos entre os times da cidade, o Paulista ganhou no primeiro turno por 3 x 0 e o Ipiranga devolveu a derrota no segundo turno,  ganhando por 1 x 0.

A matéria dizia que o presidente do Ipiranga era o farmacêutico Lázaro de Almeida, tradicional figura de Vila Arens, conhecido como Arquimedes e que foi vereador em nossa cidade.

O jogo foi transmitido pela Rádio Difusora, que até hoje cobre o futebol de nossa cidade, com o patrocínio do Depósito de Ferro Velho de Egídio e Vicente de Mateus.



domingo, 19 de julho de 2020

O COMÉRCIO DO PASSADO: O CREDI REAL

O Credi Real foi um tradicional estabelecimento comercial de Vila Arens; vendia roupas e enxovais para noivas. 

Segundo anúncio publicado pelo jornal A Folha em 25 de março de 1961, o Credi Real estava instalado à Rua Visconde de Taunay, "próximo à Fábrica de Cadeiras Pelicciari" - outra empresa que desapareceu; a área é ocupada hoje por dois prédios residenciais - ao final do post, foto da fábrica já fechada, esquina das ruas Visconde de Taunay e Zuferey.

Mais tarde, a loja mudou-se para a Rua Dr Olavo Guimarães e em seguida para a Rua Barão de Jundiaí. 



segunda-feira, 13 de julho de 2020

1933: BRIGÕES TROCAM CACETADAS!

No dia 9 de novembro de 1933 a imprensa noticiava um desentendimento entre o carroceiro  Antonio Busanelli e o "chauffer" (motorista, para informação aos mais jovens...) Adelino Duarte.

O fato ocorreu em um lenheiro (também para os mais jovens, depósito de lenha) situado próximo à estação "Jundiahy-Paulista", a Estaçãozinha.

Segundo o jornal Folha da Tarde, que noticiou o fato, o carroceiro agrediu o chauffer com um cacete; o pai desse último foi em defesa do filho, também desferindo uma cacetada no agressor...

Outras pessoas apartaram a briga, que terminou com a instauração de um inquérito policial, cujos desfecho desconhecemos. 


O NÚCLEO COLONIAL BARÃO DE JUNDIAHY


A implantação do Núcleo Colonial Barão de Jundiahy em 1887 marcou de forma profunda nossa cidade, não só pelo fato de trazer o progresso a uma vasta área de Jundiaí, mas também por ter trazido para cá inúmeras famílias que deram à nossa cidade suas características atuais; muitos membros dessas famílias foram ou são figuras proeminentes de nossa cidade - uma dessas  famílias é a Nalini, cuja casa no Núcleo ilustra este post.

Decorridos três anos da implantação do Núcleo, é significativo o que nos dizia o jornal "Cidade de Jundiahy", de 12 de outubro de 1890: "É fora de dúvida que um dos principais focos d'onde emana notável progresso para este municipio, é o núcleo colonial Barão de Jundiahy. . .  A cultura da uva tem alli merecido especial attenção dos colonos, e a safra deste ano promete ser abundantíssima, o que certamente se repetirá nos anos subsequentes, em vista do alargamento das plantações. O plantio de cereaes é da mesma maneira trabalhado com meticuloso zelo, esperando-se enorme colheita para o próximo anno". 

Em apenas três anos de trabalho  os colonos italianos já mostravam os resultados de seu esforço e trabalhos constantes, que dão frutos até os dias atuais.