quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

CACARECO E FRANCESCO ANNUNZZIATTA, UM JUNDIAIENSE NA GUERRA E EM NEW YORK


Cacareco era um rinoceronte que vivia no zoológico de São Paulo; no ano de 1959 foi o candidato a vereador mais votado Capital, com cerca de cem mil votos. O rinoceronte transformou-se em bandeira de protesto político a partir de uma sugestão do jornalista Itaboraí Martins, do jornal “O Estado de S. Paulo”; incomodado com a falta de alternativas e a má qualidade do debate eleitoral, Martins lançou a campanha de Cacareco para vereador como forma cômica de protesto, que acabou ganhando as manchetes dos principais jornais do país e do exterior.

Mas o tema deste post não é a política, mas sim um artigo do jornalista em que narra seu encontro casual, em 1965, com um jundiaiense que vivia em New York: era Francesco Annunzziatta, homônimo de um gangster americano. 

Francesco nasceu em nossa cidade, e como muitos outros descendentes de italianos foi lutar pela Itália na Primeira Guerra Mundial, onde foi ferido por um tiro no braço; ao final da guerra voltou para o Brasil e, logo em seguida, foi vier nos Estados Unidos. 

Na conversa com o jornalista, dentre outras coisas, lembra-se de que ia à estação de Jundiaí buscar o jornal Fanfulla, que era editado em São Paulo, em língua italiana. O Fanfulla tem até hoje uma edição digital, que pode ser vista aqui



Encontramos jundiaienses em todos os cantos do mundo...  






quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

1949: UMA CONFUSÃO NO QUARTEL DOS BOMBEIROS

Em janeiro de 1949, um sargento do destacamento do corpo de bombeiros  teria sido insultado por um funcionário da prefeitura,  dentro do quartel de nossa cidade. 

O funcionário estaria armado e foi detido pelos bombeiros. Apesar de liberado pouco depois, o fato levou a Câmara de Vereadores a pedir esclarecimentos ao comandante do destacamento, cuja resposta está no ofício abaixo; vale a pena relembrar o episódio: 




sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

ROUBO NO GANDRA

Não é de hoje que nossas escolas são vítimas de furtos e vandalismo - a imprensa noticiava que na noite de 9 para 10 de agosto de 1952, ladrões roubaram a Escola Industrial, atual Escola Estadual Antenor Soares Gandra - a escola fora fundada em 1946 e era conhecida como "Industrial". 

Na escola havia um curso de "maestria feminina", onde, entre outras coisas, jovens aprendiam a costurar. Dali, ladrões levaram uma máquina de costura elétrica e roupas confeccionadas pelas alunas e que seriam exibidas em exposição que se realizaria no final do ano.

Não conseguimos descobrir se os ladrões foram descobertos e o material recuperado - as foto abaixo mostram como era a Industrial à época. 




sábado, 30 de novembro de 2019

UM POUCO DA HISTÓRIA DA POZZANI


A Cerâmica Santa Josefina  foi fundada em nossa cidade no ano de 1913, e produzia louças domésticas; foi adquirida pelo italiano Francisco Pozzani em 1934, que alterou o nome da empresa para  Cerâmica Carlos Gomes - a fábrica situava-se naquela rua. 


A empresa passou a produzir  filtros  de cerâmica para água, as chamadas velas. A ideia de produzir velas nasceu por praticamente inexistir aqui saneamento básico, o que levava  muitas pessoas a contraírem doenças, especialmente o perigoso tifo, o que ocorreu inclusive com um dos filhos de Francisco Pozzani. Naquela época, os filtros existentes eram importados e  caros; a partir da iniciativa da Pozzani, seu preço caiu, o que contribuiu para a melhoria da saúde pública.  
No final da década de 30 a Cerâmica Carlos Gomes voltou a produzir cerâmica doméstica,  como jogos de café e chá, bules e sopeiras, que foram um sucesso de vendas, inclusive sendo exportadas. A sopeira que aparece na foto ao lado tinha a marca CCG/Pozzzani.


Em 10 de agosto de 1952 a imprensa noticiava um incêndio acontecido na fábrica, que foi combatido com dificuldades em função da falta de água, que precisou ser captada do Rio Jundiaí, que passa pelas imediações.


A Pozzani chegou a ter em torno de 1000 funcionários, mas    em meados da década de 90   começou a passar por dificuldades financeiras; em   2003, foi vendida e passou a se chamar IBAC – Indústria Brasileira de Artefatos Cerâmicos. Infelizmente a empresa não durou muito após sua venda. Depois de quase 80 anos de funcionamento a Pozzani faliu, deixando dívidas, inclusive de ordem trabalhista

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

1964: NACIONAL CAMPEÃO AMADOR DE JUNDIAI




Em 27 de outubro de 1964, o vereador Rogério Alfredo Giuntini (foto ao lado) requeria à Câmara que registrasse um voto de louvor ao Nacional Atlético Clube, pela conquista do campeonato Amador de nossa cidade. 

No requerimento, como se pode ver abaixo, o vereador fazia elogios à equipe, que no ano seguinte disputaria o campeonato amador do Estado. Dizia inclusive que, entre seus jogadores, não havia "amadores-profissionalizados", como os que atualmente disputam os campeonatos de nossa cidade. 




Bons tempos, que nos fazem ver com tristeza a situação do tradicional clube de Vila Arens, hoje praticamente abandonado e à beira do fechamento, como ilustra a foto abaixo:


segunda-feira, 11 de novembro de 2019

O ENGENHEIRO MARSILLAC VIVEU EM NOSSA CIDADE

José Alfredo Montes de Marsillac nasceu em Aracajú no ano de 1904. Ainda criança, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde, aos 19 anos, graças à sua imensa capacidade intelectual, graduou-se em engenharia pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro.

Em 1924 transferiu-se para São Paulo, vindo a trabalhar no no ramal Mairinque-Santos da Estrada de Ferro Sorocabana, destacando-se pelo seu trabalho na área de obras em concreto armado, em uma época em que o uso desse material em pontes ferroviárias era muito questionado.

Em 1929, Marsillac foi convidado a trabalhar na Companhia Paulista de Estradas de Ferro e acabou se mudando para Jundiaí. Pouco depois, a Revolução de 32 teria início, e o engenheiro imediatamente se alistou no Exército Constitucionalista. 

Marsillac foi um dos heróis da defesa do Túnel da Mantiqueira, um túnel ferroviário com 997 metros de extensão, localizado na divisa entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, entre os municípios de Cruzeiro-SP e Passa Quatro-MG. Na área aconteceram as lutas mais violentas e o maior número de baixas dentre todas as frentes de combate; a foto mostra a entrada do túnel no lado paulista.

No dia 11 de setembro, sob um ataque inimigo, Marsillac foi atingido por um estilhaço de granada e ficou praticamente cego. No entanto, para uma mente como a sua, essa limitação não seria o fim, mas um novo começo.

O engenheiro continuou a exercer sua função de maneira ativa e desenvolveu pesquisas de natureza técnico-científica no campo da engenharia civil, especialmente na área de resistência dos materiais, ainda trabalhando para a Cia. Paulista; faleceu, em Capinas no ano de 1985, sempre trabalhando e escrevendo. 

Como raras vezes acontece, foi homenageado ainda em vida pela E. F. Sorocabana, que em 1934 deu seu nome a uma estacão que estava inaugurando - Engenheiro Marsillac, que fica na linha em que trabalhara, Mais tarde, seu nome passou a designar toda a região, que é o mais meridional distrito da cidade de São Paulo.

Será que não merece uma homenagem também de nossa cidade?

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

1937: ÔNIBUS COM DESTINO A ITUPEVA CAPOTA NA ESTRADA

A Folha da Manhã noticiava  em 15 de junho de 1937 que um ônibus que saíra de nossa cidade com destino a Itupeva capotou após chocar-se contra um caminhão. 

Vinte passageiros sofreram ferimentos, felizmente sem maior gravidade.  

É curioso o jornal mencionar que o acidente ocorreu na "Estrada São Paulo - Matto Grosso" - é a nossa conhecida Estrada de Itú, hoje Rodovia D. Gabriel P. Couto e que anteriormente era conhecida como Rodovia Marechal Rondon. 

Essa rodovia sai de nossa cidade e ainda é conhecida como Marechal Rondon a partir de Itú, passando por cidades como Botucatu, Baurú, Araçatuba e Andradina, terminando às margens do Rio Paraná, que divide nosso estado do Mato Grosso do Sul, como mostra o mapa abaixo, onde o traçado da rodovia aparece em vermelho:

A mudança de seu nome no trecho Jundiaí - Itú é mais uma amostra do empenho de nossos políticos em agradar determinados grupos, não se preocupando em preservar a história. 

terça-feira, 22 de outubro de 2019

JUNDIAIENSES LIBERTAVAM SEUS ESCRAVOS



O jornal "A Província de S. Paulo", atual "O Estado de S. Paulo" era um jornal que pregava a abolição da escravatura.

É muito interessante notar que, em suas edições de 1887, havia inúmeras notícias acerca de pessoas que estavam libertando seus escravos, algumas vezes com a condição de que prestassem serviços durante mais algum tempo.

Essas pessoas provavelmente estavam percebendo que a escravidão, essa chaga social que envergonhava nosso país, estava deixando de se sustentar, apesar de que, em abril daquele ano, ainda existissem 1.366 escravos em nossa cidade. 

O jornal trazia várias notas acerca de libertações feitas por pessoas de nossa cidade, algumas conhecidas até hoje; é o caso do Coronel Leme da Fonseca e da Baronesa de Jundiahy, que segundo o jornal de 22 de julho libertaram cerca de 100 de seus escravos, com o condição de que prestassem serviços até o final de 1890 - a abolição total chegou antes, felizmente. 

Já no dia 25 de agosto noticiava-se que o Barão de Japy e os comerciantes Monteiro de Barros & Irmão libertariam seus escravos na mesma condição - só o Barão possuía mais de 100 escravos.  


Também exigindo serviços por mais três anos, o fazendeiro José Estanislao do Amaral prometia libertar seus 300 escravos.  

São ecos de um passado não tão remoto, que nos fazem lembrar a obrigação de combatermos situações semelhantes, ainda presentes nos dias atuais, quase sempre envolvendo migrantes que deixaram sua terra em busca de condições de vida um pouco menos piores e que acabam vítimas dos modernos senhores de escravos, vivendo muitas vezes em condições piores do que as em que viviam os escravos até o final do século XIX.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

ACIDENTE NA ESTAÇÃO

Na época em que havia trens de passageiros ligando São Paulo ao interior do estado, quando estes chegavam à nossa cidade, era necessária uma troca de locomotiva, pois de Jundiaí para o interior, estas eram da Paulista; já no trecho Jundiaí-capital, eram da Santos-Jundiaí.

Em 24 de dezembro de 1957, a locomotiva da EFSJ que iria se engatar ao trem que seguiria para São Paulo, acabou colidindo com este, segundo a imprensa, por ter se aproximado do trem em velocidade excessiva em função de imperícia do maquinista.

Várias pessoas ficaram feridas, inclusive algumas que viviam em nossa cidade - em função da proximidade dos feriados, o trem achava-se lotado. 

E a bruxa estava solta na cidade: no dia 23, um jipe proveniente de Goiás chocara-se com um caminhão na Via Anhanguera, matando uma pessoa. 


terça-feira, 8 de outubro de 2019

OS DESMANDOS DO ADEMARISMO E UMA PÁGINA TRISTE NA HISTÓRIA DE JUNDIAI


Ademar de Barros foi governador do estado de São Paulo, tendo se celebrizado pelo mote "rouba mas faz".

Político pouco escrupuloso, foi objeto de matéria publicada na edição do Estado de S. Paulo de 24 de abril de 1949; nela, o jornal relatava uma série de desmandos que o governador cometera visando beneficiar seus correligionários. 

Um desses desmandos acontecera em nossa cidade: o diretor do Ginásio e Escola Normal de Jundiaí foi demitido; era funcionário de carreira da instituição e  professor por formação. 

Já seu sucessor, Amadeu Ribeiro Junior (foto ao lado), "ademarista de carteirinha" era dentista e  apenas professor interino da instituição; era também presidente da Câmara Municipal.

Em resumo: zero de preocupações com a educação e total apoio aos "companheiros"... Lamentável!

sábado, 28 de setembro de 2019

UM ACIDENTE CURIOSO

Em 19 de maio de 1952 aconteceu  em nossa cidade um acidente envolvendo duas motocicletas.  

O fato ocorreu na Rua do Rosário, na altura da Praça Marechal Floriano Peixoto; as maquinas eram pilotadas pelo policial rodoviário Mozart Pinto Costa e pelo professor José Rossi, que feridos, foram medicados no extinto hospital do Sesi. 

O lado curioso é que, segundo a notícia,  o professor foi arremessado de seu veículo e caiu no interior de uma alfaiataria!

domingo, 22 de setembro de 2019

A POLÍCIA DEVERIA ESTAR COM POUCO TRABALHO EM 1957

Tudo devia estar muito tranquilo em nossa cidade no ano de 1957.

Podemos deduzir isso da nota publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo em sua edição de 14 de abril daquele ano, pois o delegado da cidade, Nerval Ferreira Braga, determinara ao chefe dos investigadores e a seus auxiliares que reprimissem os sorteios de ovos de Páscoa promovidos pelos bares da cidade!!! 

O delegado Nerval teve uma longa carreira,  tendo sido membro da cúpula da Polícia na condição de diretor do DETRAN, onde Roberto Carlos foi certa vez realizar um exame médico para renovação de sua carteira de habilitação; aprovado,  o cantor pediu para que o carimbo “Portador de Defeito Físico” – à época exigido – não fosse aposto à sua CNH. Não foi atendido pelo delegado, que teria dito “não posso privilegiar ninguém”.


domingo, 15 de setembro de 2019

INCÊNDIO NO CENTRO DA CIDADE



Na noite de  31 de agosto de 1946 um incêndio destruiu a Garage Americana, situada na Rua Dr Torres Neves, na então Praça Amparo, hoje Praça Dr. Domingos Anastácio.

Soldados do Exército (o quartel ficava no centro da cidade) auxiliaram no combate às chamas, especialmente na retirada de 50 tambores de gasolina e 8 de óleo que estavam guardados no estabelecimento - se não tivessem sido retirados a tempo, certamente o fogo se propagaria pelas casa vizinhas. 

Como não havia bombeiros na cidade, vieram terminar de extinguir o incêndio bombeiros de Campinas. 

Os prejuízos foram da ordem de cem mil cruzeiros, e o estabelecimento não estava no seguro - esse valor corresponde a cerca de R$ 190 mil na atualidade. Segundo anúncio publicado no jornal que noticiou o incêndio (O Estado de S. Paulo de 3 de setembro), um automóvel Chevrolet 41 valia 58 mil; sem dúvida os prejuízos foram grandes...

Abaixo, um anúncio do lançamento do Chevrolet 41 nos Estados Unidos - logo após, com o início da guerra, a produção foi paralisada e novos Chevrolets somente voltaram a ser fabricados alguns anos depois.


segunda-feira, 9 de setembro de 2019

ACREDITE SE QUISER: EM 1932, OS PREÇOS DAS PASSAGENS DOS TRENS CAIRAM!

Em sua edição de 25 de agosto de 1932, "O Estado de S. Paulo" dava uma notícia que hoje nos causa admiração: os preços das passagens dos trens da São Paulo Railway (Santos a Jundiaí, hoje CPTM), caíram 15%!

Interessante são as causas: o anúncio permite deduzir que o valor era reajustado, para cima ou para baixo, de acordo com a variação trimestral da moeda brasileira em relação à libra esterlina, moeda do Reino Unido. 

E tudo isso, como se pode ver em outro de nossos posts e na foto abaixo,  utilizando tecnologia de ponta para a época.





segunda-feira, 2 de setembro de 2019

1950: SEM AVISO, REDUZEM O EFETIVO DO CORPO DE BOMBEIROS



Em sua edição de 28 de fevereiro de 1950 o jornal "O Estado de S. Paulo" noticiava a redução do efetivo dos bombeiros de Jundiaí.

A redução foi feita inesperadamente; além da redução do efetivo, foi também retirada da cidade a maior parte do equipamento. 

Os bombeiros haviam chegado à nossa cidade em 1946, na gestão do então prefeito José Romeiro Pereira; parte dos custos era bancada pela Prefeitura, que para cobri-los criara uma taxa cobrada juntamente com os impostos municipais; fora também reservada uma área para construção de um quartel para os bombeiros.

O jornal dizia que se a redução fosse definitiva, a taxa também deveria ser reduzida à metade, pois se fora criada para cobrir os custos de um destacamento de 22 homens, "deixaria caldo" se a equipe fosse apenas de 9... 

Vale lembrar que o efetivo inicial era de 12 homens, com duas viaturas; instalou-se inicialmente em um depósito da Prefeitura e mudou-se em 1953 para um prédio da Rua Zacarias de Góis, lá permanecendo até 14 de dezembro de 1971, data em que se instalou no endereço atual no bairro do Anhangabaú.

A foto abaixo, do acervo do Prof. Mauricio Ferreira, mostra o quartel da Rua Zacarias de Góis; aparece na foto o Sargento Peixoto, que comandou o destacamento durante muito tempo.


segunda-feira, 26 de agosto de 2019

AS LOCOMOTIVAS BALDWIN 4-6-0 DA PAULISTA E SEU PESSOAL


A foto acima mostra uma foto tirada em nossa cidade em que aparece uma locomotiva da Paulista que tracionava o "trem rápido" entre nossa cidade e Rio Claro. 

Segundo comentários postados no portal "Companhia Paulista de Estadas de Ferro - CP", do Facebook, trata-se de uma das 4 locomotivas Baldwin 4-6-0, que a Paulista utilizou em suas linhas de bitola larga - duas delas foram fabricadas em 1898 e duas 1909. 

O pessoal que publica no portal acredita que essa foto deve ter sido tirada perto de 1918, pois faz parte do álbum do cinquentenário da CP; assim é provável que a locomotiva da foto seja uma das duas de 1909, que tinham a numeração original 70 e 71, e foram renumeradas em 1930 como 60 e 61. Seu peso chegava próximo a 118 toneladas!

O texto faz elogios à tripulação, mas ficam algumas dúvidas para os leigos: o que seria um "agente de jornaes"? Qual seria a diferença entre um ajudante e um auxiliar? 

terça-feira, 20 de agosto de 2019

A CERÂMICA VILLA RAMY EM 1937

A Cerâmica Villa Ramy tornou-se mais tarde a Cidamar e hoje é a Roca, empresa multinacional de origem espanhola.

Seu produto, à época eram tubos e conexões de barro, utilizados para água e esgoto e que eram conhecidos como "manilhas". Mais tarde, passou a fabricar louça de mesa e sanitária.

O anúncio abaixo foi publicado na Folha da Manhã, de São Paulo, em 24 de janeiro de 1937. 



terça-feira, 13 de agosto de 2019

1939: CRIME DE MORTE NA VILA RAMI

Em 30 de novembro de 1939, morreu na Vila Rami o jornaleiro (trabalhador braçal avulso) Ignácio Marques, conforme noticiou alguns dias depois o jornal "O Estado de S. Paulo". 

Segundo constou, a causa da morte foi uma insuficiência cardíaca. Pelo menos, foi isso que disseram a um médico de nossa cidade os indivíduos João Juliatti e um tal de Belarmino; o médico, descuidado, num gesto de caridade assinou um atestado de óbito confirmando a insuficiência cardíaca. 

Mas a história não foi bem essa, e a Polícia descobriu que Ignácio fora agredido no dia 28 daquele mês por Juliatti e mais duas pessoas, Pedro Bueno dos Santos e Benedicto Francisco.

Um legista, da delegacia regional de Campinas veio à nossa cidade e autopsiou o corpo, concluindo ter a morte ocorrido em função de fratura do crânio decorrente da agressão. 

O inquérito foi encaminhado à Justiça, tendo mais tarde os réus sido julgados e absolvidos, conforme noticiou o jornal carioca  "A Manhã", em 20 de setembro de 1941.

O jornal dava conta que todos estavam embriagados; o julgamento foi presidido pelo juiz Oleno da Cunha Vieira, que por muitos anos atuou em nossa cidade. Figuras da nossa história atuaram na promotoria e na defesa dos réus, respectivamente José de Miranda Chaves e José Romeiro Pereira, este mais tarde prefeito de Jundiaí e deputado. 





quarta-feira, 7 de agosto de 2019

1948: TRAGÉDIA MATA PILOTO DE NOSSO AEROCLUBE

Em sua edição de 9 de maio de 1948, a Folha da Manhã noticiava a contratação, pelo Aeroclube de Jundiaí, do piloto Caio Barbosa do Amaral para administrar sua Escola de Pilotagem.

Em agosto daquele mesmo ano, acontece uma tragédia: decolando da cidade mineira de Patos de Minas, para onde fora levar dois jovens bancários de São Paulo para visitar suas famílias,  o avião descontrolou-se e apesar dos esforços do piloto para pousar, acabou caindo em uma avenida do centro da cidade, matando todos os seus ocupantes, como conta o jornal A Noite, em sua edição de 6 de setembro daquele ano. 

O avião era um Stinson 108, similar ao que aparece na foto acima. 



sexta-feira, 2 de agosto de 2019

UMA IGREJA NO MEIO DA RUA

O Professor Maurício Ferreira, através de sua excelente página no Facebook,  traz fotos e  um texto de Wilson Ricardo Mingorance, que nos ensinam um pouco acerca da igreja de Nossa Senhora dos Pretos ou  de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, que  foi demolida em 1922 para prolongar a Rua do Rosário e que aparece acima em foto de 1919.

Poucos conhecem a história desse patrimônio e não há certeza sobre a data de sua fundação, porém em uma das pesquisas feitas por João Borin nas “Cartas de Datas de Chãos e Quintais” (documento de 1657), há a citação sobre um eventual “lote reservado para a Casa de Misericórdia”,  uma capela para a entidade que cuidava de pobres e doentes. 

A capela, provavelmente o templo mais antigo de nossa cidade, situava-se no  Largo do Pelourinho, depois Largo do Rosário e atual Praça Ruy Barbosa e se tornou a igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito (ou dos Pretos),  e ocupava o espaço do atual Gabinete de Leitura e o leito da Rua do Rosário, conforme assinalado em vermelho na foto acima.

A igreja era construída em taipa de pilão, coberta com telhas de barro e  piso de madeira. Na época em que não havia cemitérios em Jundiaí, os enterramentos eram feitos no interior da Igreja.. 

Na década de 1920 na gestão do prefeito Olavo de Queiroz Guimarães, foram realizadas inúmeras obras no centro, uma delas o prolongamento da Rua do Rosário, para o qual foi necessária a demolição da igreja, dando origem à atual Rua Major Sucupira; a foto ao lado mostra a Rua do Rosário terminando defronte à igreja.

No dia 15 de junho de 1922 foi expedido um aviso para o translado dos corpos enterrados no interior da Igreja para o cemitério e no dia 22 de agosto foi iniciada a demolição da igreja. 

Hoje, poucos dos que passam por aquele trecho sabem que um dia ali entre o Gabinete de Leitura Ruy Barbosa e o atual estacionamento, situado no terreno anteriormente ocupado pelo quartel do Exército, havia uma igreja.

No lado direito da foto mostrada no início deste post, aparece um prédio ocupado pelo Gymnasio Hydecroft, uma escola que existiu em nossa cidade e de que falamos em outro post; esse prédio parece que foi aproveitado quando da construção do quartel - talvez seja o bloco à esquerda do portão na foto acima.