sábado, 30 de novembro de 2019

UM POUCO DA HISTÓRIA DA POZZANI


A Cerâmica Santa Josefina  foi fundada em nossa cidade no ano de 1913, e produzia louças domésticas; foi adquirida pelo italiano Francisco Pozzani em 1934, que alterou o nome da empresa para  Cerâmica Carlos Gomes - a fábrica situava-se naquela rua. 


A empresa passou a produzir  filtros  de cerâmica para água, as chamadas velas. A ideia de produzir velas nasceu por praticamente inexistir aqui saneamento básico, o que levava  muitas pessoas a contraírem doenças, especialmente o perigoso tifo, o que ocorreu inclusive com um dos filhos de Francisco Pozzani. Naquela época, os filtros existentes eram importados e  caros; a partir da iniciativa da Pozzani, seu preço caiu, o que contribuiu para a melhoria da saúde pública.  
No final da década de 30 a Cerâmica Carlos Gomes voltou a produzir cerâmica doméstica,  como jogos de café e chá, bules e sopeiras, que foram um sucesso de vendas, inclusive sendo exportadas. A sopeira que aparece na foto ao lado tinha a marca CCG/Pozzzani.


Em 10 de agosto de 1952 a imprensa noticiava um incêndio acontecido na fábrica, que foi combatido com dificuldades em função da falta de água, que precisou ser captada do Rio Jundiaí, que passa pelas imediações.


A Pozzani chegou a ter em torno de 1000 funcionários, mas    em meados da década de 90   começou a passar por dificuldades financeiras; em   2003, foi vendida e passou a se chamar IBAC – Indústria Brasileira de Artefatos Cerâmicos. Infelizmente a empresa não durou muito após sua venda. Depois de quase 80 anos de funcionamento a Pozzani faliu, deixando dívidas, inclusive de ordem trabalhista

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

1964: NACIONAL CAMPEÃO AMADOR DE JUNDIAI




Em 27 de outubro de 1964, o vereador Rogério Alfredo Giuntini (foto ao lado) requeria à Câmara que registrasse um voto de louvor ao Nacional Atlético Clube, pela conquista do campeonato Amador de nossa cidade. 

No requerimento, como se pode ver abaixo, o vereador fazia elogios à equipe, que no ano seguinte disputaria o campeonato amador do Estado. Dizia inclusive que, entre seus jogadores, não havia "amadores-profissionalizados", como os que atualmente disputam os campeonatos de nossa cidade. 




Bons tempos, que nos fazem ver com tristeza a situação do tradicional clube de Vila Arens, hoje praticamente abandonado e à beira do fechamento, como ilustra a foto abaixo:


segunda-feira, 11 de novembro de 2019

O ENGENHEIRO MARSILLAC VIVEU EM NOSSA CIDADE

José Alfredo Montes de Marsillac nasceu em Aracajú no ano de 1904. Ainda criança, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde, aos 19 anos, graças à sua imensa capacidade intelectual, graduou-se em engenharia pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro.

Em 1924 transferiu-se para São Paulo, vindo a trabalhar no no ramal Mairinque-Santos da Estrada de Ferro Sorocabana, destacando-se pelo seu trabalho na área de obras em concreto armado, em uma época em que o uso desse material em pontes ferroviárias era muito questionado.

Em 1929, Marsillac foi convidado a trabalhar na Companhia Paulista de Estradas de Ferro e acabou se mudando para Jundiaí. Pouco depois, a Revolução de 32 teria início, e o engenheiro imediatamente se alistou no Exército Constitucionalista. 

Marsillac foi um dos heróis da defesa do Túnel da Mantiqueira, um túnel ferroviário com 997 metros de extensão, localizado na divisa entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, entre os municípios de Cruzeiro-SP e Passa Quatro-MG. Na área aconteceram as lutas mais violentas e o maior número de baixas dentre todas as frentes de combate; a foto mostra a entrada do túnel no lado paulista.

No dia 11 de setembro, sob um ataque inimigo, Marsillac foi atingido por um estilhaço de granada e ficou praticamente cego. No entanto, para uma mente como a sua, essa limitação não seria o fim, mas um novo começo.

O engenheiro continuou a exercer sua função de maneira ativa e desenvolveu pesquisas de natureza técnico-científica no campo da engenharia civil, especialmente na área de resistência dos materiais, ainda trabalhando para a Cia. Paulista; faleceu, em Capinas no ano de 1985, sempre trabalhando e escrevendo. 

Como raras vezes acontece, foi homenageado ainda em vida pela E. F. Sorocabana, que em 1934 deu seu nome a uma estacão que estava inaugurando - Engenheiro Marsillac, que fica na linha em que trabalhara, Mais tarde, seu nome passou a designar toda a região, que é o mais meridional distrito da cidade de São Paulo.

Será que não merece uma homenagem também de nossa cidade?

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

1937: ÔNIBUS COM DESTINO A ITUPEVA CAPOTA NA ESTRADA

A Folha da Manhã noticiava  em 15 de junho de 1937 que um ônibus que saíra de nossa cidade com destino a Itupeva capotou após chocar-se contra um caminhão. 

Vinte passageiros sofreram ferimentos, felizmente sem maior gravidade.  

É curioso o jornal mencionar que o acidente ocorreu na "Estrada São Paulo - Matto Grosso" - é a nossa conhecida Estrada de Itú, hoje Rodovia D. Gabriel P. Couto e que anteriormente era conhecida como Rodovia Marechal Rondon. 

Essa rodovia sai de nossa cidade e ainda é conhecida como Marechal Rondon a partir de Itú, passando por cidades como Botucatu, Baurú, Araçatuba e Andradina, terminando às margens do Rio Paraná, que divide nosso estado do Mato Grosso do Sul, como mostra o mapa abaixo, onde o traçado da rodovia aparece em vermelho:

A mudança de seu nome no trecho Jundiaí - Itú é mais uma amostra do empenho de nossos políticos em agradar determinados grupos, não se preocupando em preservar a história.