domingo, 29 de julho de 2018

CASA INDEPENDÊNCIA - UMA LOJA QUE DEIXOU SAUDADE


A Casa Independência foi uma tradicional casa comercial de nossa cidade,  fundada em setembro de 1922 por Nicolau Carderelli.

O anúncio ao lado,  dos anos 1930, publicado pela revista Sultana que era editada em nossa cidade, mostra um pouco do que era vendido pela Independência: roupas, calçados, tecidos, "chapéos", armarinhos, perfumaria etc. Muito interessante a informação de que o atendimento poderia ser feito em outros idiomas; não devia ser um atendimento muito eficiente, pois as menções a todos os idiomas estão erradas, em especial o "Esplek Inglis"... Mas valia a tentativa - a foto da fachada, que abre este post, mostra como Carderelli era agressivo em termos de propaganda: falava em "grande queima", "tudo pelo preço de custo", "preços fixos" etc...

A loja situava-se na esquina da Rua Barão de Jundiaí com a então Praça Independência, hoje Praça Gov. Pedro de Toledo (a mudança de nome da praça foi objeto de outro post).  O imóvel original foi demolido e no terreno foi construído aquele que foi considerado o primeiro grande prédio da cidade, o Edifício Carderelli, que tem como autor do projeto o arquiteto Vasco Antonio Venchiarutti, e na construção teve também a participação do construtor Giácomo Venchiarutti e do engenheiro Odil Campos Saes - a foto acima é da época da inauguração do edifício. 

De estilo modernista foi inaugurado em 1950; com quatro andares e elevador, foi considerado, na época, um verdadeiro "arranha-céu" no centro da cidade. O edifício, originalmente de uso residencial, hoje abriga escritórios e consultórios médicos. O prédio, que  mantém o nome do antigo proprietário, Nicolau Carderelli, hoje tem o pavimento térreo ocupado por uma loja de calçados. 

A Casa Independência, depois de deixar seu endereço original, ocupou um espaço na Rua Barão de Jundiaí, como mostra a foto abaixo, dos anos 1980, com a seta vermelha apontando a loja. 










  

segunda-feira, 23 de julho de 2018

1834: JUNDIAHY NO "DICCIONARIO TOPOGRAPHICO DO IMPÉRIO DE BRAZIL"

O Diccionario Topographico do Império de Brazil foi publicado no Rio de Janeiro em 1834.

Procurava descrever nosso país, especialmente do ponto do ponto de vista geográfico. 

Tinha dois verbetes dedicados à nossa cidade, um tratando da cidade propriamente dita e outro do rio Jundiaí. 

Consultando-o, observa-se algumas curiosidades, por exemplo, sobre o que era plantado aqui: milho, feijão, tabaco, arroz, algodão e café. Relatava a existência de um convento Franciscano: onde ficaria, quando chegou, quando acabou?

Sobre o rio, diz que o mesmo nascia em um lugar chamado Capão Grosso - como hoje se sabe que o rio nasce na  Serra dos Cristais, em área pertencente ao município de Mairiporã, fica a dúvida - seria a informação incorreta ou o local pertencia a Jundiaí? Nosso rio percorre 128 km até desaguar no Tietê, no atual município de Salto.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

O PRIMEIRO ELEVADOR DE JUNDIAÍ

Em 1945, foi inaugurado em nossa cidade o prédio da Caixa Econômica Estadual, que abrigou também a Câmara Municipal, de 1948 até 1971; atualmente, é ocupado pelo Banco do Brasil. 

Situado à Rua Barão de Jundiaí, esquina com a Cel. Leme da Fonseca, tem, além do térreo, sobreloja e mais dois andares. Para a época, um prédio de linhas muito modernas, até hoje muito bonito, como mostra a foto feita à época, do arquivo do Professor Maurício Ferreira. 

Nele foi instalado o primeiro elevador de nossa cidade. 

segunda-feira, 16 de julho de 2018

PADRE PAULO DE SÁ GURGEL - GRANDE COMO EDUCADOR E SER HUMANO

O Padre Paulo nasceu em 2 de outubro de 1920, em Ipaumirim, Ceará, filho de Octávio Gurgel e Maria das Dores de Sá Gurgel. 

Chegou à nossa cidade em 1934, como aluno do Seminário Salvatoriano que funcionava aqui - os Salvatorianos chegaram a Jundiaí em 1922. Estudou muito, inclusive em Roma, onde cursou Direito Canônico e foi ordenado em 18 de março de 1946. 

No final de 1952, voltou a Jundiaí, com a missão de fundar o então Ginásio Divino Salvador, que começou a funcionar em 1954 - a foto abaixo, do acervo do Prof. Maurício 
Fernandes, mostra o prédio onde funcionavam o Ginásio e o Seminário em 1956.

Além de Diretor do Ginásio, ministrava aulas de Latim, Português e Religião; entusiasta dos esportes, trouxe professores de Educação Física, como o saudoso Prof. Daniel Hehl Cardoso, que trabalhava com os alunos do Ginásio e com os seminaristas, que estudavam no mesmo prédio da Rua General Carneiro. 

O Ginásio consolidou-se com a criação dos cursos Clássico e Científico, adotando a denominação atual de Colégio Divino Salvador. 

Muito querido pelos alunos, sempre alegre, apaixonado pela fotografia, deixou um grande acervo que registrou a vida dos Salvatorianos em Jundiaí, Barbalha (no Ceará, onde os Salvatorianos atuam) e Roma, mantendo um laboratório fotográfico. Fluente em latim, espanhol, inglês, francês e alemão, escreveu para jornais e emissoras de rádio, além do livro "Impressões de Viagem". 

Pilotando sua motocicleta, ia às capelas que estavam sob a responsabilidade dos Salvatorianos, onde celebrava missas e atendia aos fiéis. Dentre elas, aqui em Jundiaí, a Capela de Vila Rami, hoje o Santuário Diocesano Nossa Senhora Aparecida. E o Padre Paulo era fã de veículos de duas rodas: O Estado de S. Paulo, em sua edição de 26 de agosto de 1956 noticiava o roubo de uma moto de sua propriedade!

Em 1962, foi transferido para o Ceará, onde os Salvatorianos tem uma presença muito forte, tendo exercido diversos cargos. entre os quais o de Diretor do Colégio Santo Antonio, em Barbalha, e o de Superior da Congregação. 

Faleceu em Barbalha em 03.09.2009 onde era muito querido, a ponto de ter sido decretado ponto facultativo no dia de seu enterro.