domingo, 28 de abril de 2019

EM 1875, AS ELEGANTES DE NOSSA CIDADE USAVAM A FLORESCENCIA DE RITCHIE

A Gazeta de Campinas, em sua edição de 12/09/1875, trazia um anúncio da Florescencia de Ritchie, que em Jundiaí era vendida na Casa do Castro, no Largo da Matriz. Segundo o anúncio, o produto era uma verdadeira maravilha: perfumado, servia para "fazer renascer, crescer, amaciar, restaurar, aformosear e conservar" o cabelo, tornando-o "luzidio e belo".

Pelo que se pode deduzir do anúncio, era um produto bastante conhecido, que estava à venda nas "principaes, pharmacias, armarinhos, casas de drogas e perfumarias do império". 

Resta uma dúvida: quem era o Castro, o que mais vendia e onde exatamente ficava seu estabelecimento? 

segunda-feira, 22 de abril de 2019

UM ATENTADO CONTRA A PAULISTA

Em sua edição de 4 de julho de 1875, o jornal Gazeta de Campinas publicou anúncio da então Estrada de Ferro Jundiahy a Campinas,  oferecendo uma recompensa de cem mil réis a quem denunciasse os autores de um ato de vandalismo praticado contra a Estrada.  

Segundo o anúncio, haviam sido arrancados dois postes que sustentavam as linhas do telégrafo, que foram colocados sobre os trilhos juntamente com algumas pedras; o objetivo seria descarrilhar o trem que saíra de Jundiaí às 16:20 - caso isso acontecesse, poderia ter havido um desastre de grandes proporções. 

Ainda segundo o anúncio, o obstáculo teria ocorrido entre os quilômetros 42 e 43 da linha, "perto da capelinha de Santa Cruz". Esse local provavelmente ficava perto de Campinas, mas seria interessante se pudéssemos ter um pouco mais de certeza a respeito. Também não temos informações se os vândalos foram encontrados. 

A recompensa não era muito grande, como se pode ver na tabela de preços de passagens anunciada na fase de prolongamento da linha da Paulista até Rio Claro - em setembro de 1875, uma passagem de ida e volta de Campinas a Santa Bárbara, em 1ª classe, custava 5$140 (cinco mil, cento e quarenta réis), menos de 5% do valor da recompensa - e a viagem era curta, 1 hora e 38 minutos...







sábado, 20 de abril de 2019

17 DE MARÇO DE 1929: JORNAL TRAZ BOAS E MÁS NOTÍCIAS RELATIVAS À FERROVIA

A Folha da Manha de 17 março 1929 dava duas notícias acerca do ambiente ferroviário de nossa cidade. 

A primeira era muito boa: foi eleita a diretoria do Centro Ferroviário Brasileiro, regional de Jundiaí. Nomes que fazem parte da história de nossa cidade, como Tibúrcio Estevam de Siqueira e Attilio D'Angieri faziam parte da diretoria. 

A outra notícia era trágica: uma menina de 9 anos foi atropelada e morta por um trem; a criança, órfã de mãe, cujo pais morava em uma fazenda, vivia com  uma família no bairro da Barreira. Apesar de a porteira estar fechada para pedestres em função do trem que se aproximava, a menina tentou cruzar os trilhos e foi atropelada, tendo uma morte horrível, descrita em detalhes pelo jornal. 

O trem era tracionado pela locomotiva nº 212, cuja foto está a seguir; mais abaixo, foto da 213 sua irmã gêmea.






segunda-feira, 15 de abril de 2019

UM CRIME EM ABRIL DE 1919

O jornal "O Estado de S. Paulo" noticiou um crime ocorrido em nossa cidade, em abril de 1919. 

Após discutir, em uma venda, com um ex companheiro de trabalho, João Colosso acabou atingido no ventre por um tiro de garrucha e na região glútea, por uma facada. A vítima foi transferida para São Paulo, onde na Santa Casa seria submetida a uma cirurgia.

Ficam algumas dúvidas: a imprensa dizia que os envolvidos foram colegas de trabalho na "chácara do Gagnoni, perto da estação". Onde ficaria essa chácara? A outra dúvida é: como o ferido foi transportado para S. Paulo? Provavelmente, de trem, Mas haveria acomodações para transportar pessoas nessa situação?  O nosso Hospital São Vicente não poderia ter atendido a vítima?

De qualquer forma, pelo local onde ocorreu o crime, o álcool deve ter tido sua parcela de culpa...

terça-feira, 9 de abril de 2019

AS PORTEIRAS DA PAULISTA

Antes da construção do viaduto que liga o centro de Jundiaí ao Bairro da Ponte de São João, inaugurado em 24 de setembro de 1950, havia porteiras que se fechavam à aproximação dos trens da Paulista - a movimentação dessas porteiras era feita manualmente por funcionários da ferrovia. A foto ao lado mostra a porteira que ficava do lado do centro da cidade; o prédio era um armazém pertencente à família Rappa, que foi demolido para a construção do viaduto. 

Em 16 de abril de 1948, o jornal A Gazeta publicava uma matéria sugerindo que aquelas porteiras, que eram operadas manualmente recebessem motores, como forma de tornar sua movimentação mais rápida, desafogando o trânsito de veículos, que precisavam esperar seu fechamento e abertura quando da passagem de trens.

Em função da matéria, vereadores requereram ao  então Presidente da Câmara Municipal, Dr. Amadeu Ribeiro Jr. , que oficiasse à Administração da Paulista no sentido de que as porteiras fossem motorizadas:


Não sabemos se as porteiras foram motorizadas ou não - afinal certamente já se pensava na construção do viaduto.

quarta-feira, 3 de abril de 2019

O HOTEL DA ESTAÇÃO INGLEZA


O jornal A Cidade de Ytú, em sua edição de 12 de outubro de 1903 publicava um anúncio do Hotel da Estação Ingleza, que ficava próximo à estação ferroviária de nossa cidade,  convidando os passageiros que viajavam de Itu para São Paulo ou em sentido contrário, a almoçar no referido hotel, que havia sido recentemente reaberto. Havia uma baldeação (troca de trem) em nossa cidade, pois a ligação entre Jundiaí e Itu era feita pela Companhia Ytuana e entre Jundiaí e São Paulo pela SPR (São Paulo Railway), que pertencia a ingleses, razão do nome dado à estação.

Mais tarde a Ytuana transformou-se em Sorocabana, antes de ser extinta. A SPR transformou-se em Santos a Jundiaí e hoje é CPTM. 

Provavelmente o hotel funcionava no mesmo prédio que abrigara o Hotel do Commercio e mais tarde o hotel de Rappa & Barretini, de que já falamos em outros posts.

Até há não muito tempo atrás, havia próximo à estação um prédio que serviu como hotel de alta rotatividade e anteriormente como sede do antigo GEVA - Ginásio Estadual de Vila Arens - não sabemos se se trata do mesmo prédio que abrigou os hotéis antigos - a foto abaixo, do acervo do Prof. Maurício Ferreira, mostra foto do prédio logo após a instalação do GEVA (cerca de 1963).