sábado, 18 de fevereiro de 2017

O FANTASMA DO TÚNEL DE BOTUJURU

O bairro Botujuru pertence hoje a Campo Limpo Paulista, mas anteriormente pertencia a nossa cidade. 

Nele, há um túnel ferroviário, que foi palco de um episódio interessante, acontecido nos anos 1940, quando um passageiro caiu de dentro de um trem no interior do túnel, salvando-se praticamente ileso, como mostra o recorte ao lado. Ali também, em 1863, ocorreu um massacre, narrado em outro post.

O local da placa

Neste post vamos narrar outros episódios estranhos ocorridos no túnel: rumores dão conta que um fantasma ronda a área. A lenda diz que nos anos 1890, quando o túnel estava sendo duplicado, os trabalhos eram chefiados pelo engenheiro inglês  Henry J. Beeg, um tipo particularmente enérgico, que punia pequenas faltas dos empregados com medidas disciplinares severas, humilhações e ofensas pessoais. 

Isso levou o engenheiro a ser odiado pelos que compunham sua equipe, a ponto de um complô ter levado ao seu assassinato, em 23 de abril de 1898, quando os trabalhadores teriam preparado uma emboscada e, próximo ao túnel, teriam surpreendido o engenheiro e assassinado-o a sangue frio. 

Depois do crime, os trabalhadores teriam enterrando o seu corpo na mata. Existem várias versões sobre o paradeiro do corpo: uma delas diz que o nunca foi encontrado; outra é de que teria sido sepultado ao lado do leito da linha férrea, onde hoje existe uma uma lápide com o nome de Beeg e um local para serem colocadas velas para a alma atormentada do engenheiro. 

A lenda conta ainda que devido ao crime bárbaro, fatos estranhos ocorrem na região do túnel: em altas horas da noite pessoas relatam ouvir os ruídos das batidas de uma pá contra a terra, gemidos e o barulho de um corpo caindo em uma cova. 

Outros relatos dizem que em noites com muita neblina, pode ser visto o vulto de Beeg, que flutua sobre o leito da ferrovia, como se estivesse procurando por algo ou inspecionando os trilhos. O mesmo vulto já teria sido visto parado na entrada no túnel, como se vigiasse o local.

No entanto, há certeza sobre alguns fatos: Beeg foi morto em seu escritório, próximo ao túnel, com um tiro no tórax e outro na cabeça na noite de 23 de abril de 1898. O inquérito apontou o italiano Antonio Madaloni, que trabalhava como carpinteiro, como possível autor. Segundo uma notícia veiculada no jornal "O Estado de S. Paulo", a investigação constatou que antes do assassinato Beeg havia demitido Madaloni sem qualquer pagamento e que uma espingarda encontrada próxima a cena do crime foi apontada por pessoas interrogadas como sendo pertencente ao empregado demitido.

Ao contrário do que diz a lenda o corpo do engenheiro foi encontrado e sepultado em São Paulo, como mostra a notícia abaixo, publicada pelo "O Estado de S. Paulo" em sua edição de 25 de abril de 1898.





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