quinta-feira, 29 de novembro de 2018

DOCES LEMBRANÇAS: O RESTAURANTE DAS CARPAS

A Chácara das Carpas foi durante muito tempo o restaurante mais elegante de Jundiaí. De propriedade do italiano Giandomenico Buccianti, abrigava reuniões dos clubes de serviço, recebia visitas ilustres, casamentos etc. 

Havia em seu terreno uma fonte de água mineral, que era engarrafada - a imagem acima mostra o rótulo das garrafas. Uma notícia da Folha da Manhã, de fevereiro de 1945, falava da água e relatava planos de Buccianti para construir um hotel no local, o que acabou não acontecendo. 

O restaurante fechou logo após a morte de Buccianti; outros restaurantes usam ou usaram o nome Carpas, mas nunca chegaram perto do original, quer em qualidade, quer em charme. Era tão famoso que deu nome ao bairro onde se situava, o Jardim das Carpas. 
O prédio foi demolido, e dele só restam lembranças, como as das fotos abaixo, do acervo do Prof. Maurício Ferreira: inicialmente, o restaurante ainda em funcionamento e depois já fechado, além de uma vista do lago, obtida a partir da residência de Giandomenico, que ficava no alto da propriedade, atrás do restaurante propriamente dito.



sexta-feira, 23 de novembro de 2018

O PROFESSOR NELSON FOOT, UM JUNDIAIENSE ILUSTRE

Nelson Foot nasceu em nossa cidade no dia 29 de maio de 1908,   filho de pais ingleses, Alfred Foot e Amy Tinson Foot;  foi professor, filólogo, historiador, articulista e poeta.

Na infância cursou o Ginásio José Bonifácio, localizado na esquina das ruas Prudente de Moraes e Cel. Siqueira de Moraes, e pertencente ao professor Giácomo Ítria. Posteriormente estudou no Colégio D. Pedro II, localizado na rua do Rosário no local onde depois foi construído o  Grande Hotel; essa escola era de propriedade do professor João Luiz de Campos.

Autodidata, dotado de grande cultura, Nelson Foot trabalhou em muitas escolas: na Escola Normal de Santa Rita do Passa Quatro foi diretor além de lecionar latim, português e inglês. Em Jundiaí foi professor de português e de inglês na Escola de Comércio Prof. Luiz Rosa, e de latim, inglês e francês em colégio da rede estadual. 

Mas na área educacional sua maior obra foi o SENAI, que dirigiu desde sua implantação em 1944 até 1969, quando foi sucedido por outro ilustre professor: Waldemir Savoy. Trabalhou também na Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

Participou intensamente da vida cultural de nossa cidade, escrevendo, organizando eventos etc. A foto ao lado mostra-o em jantar em homenagem ao Dr. José Romeiro Pereira, de quem já falamos em outro post - o Prof. Foot é o primeiro à direita. Lutou pela instalação em nossa cidade de instituições como a Faculdade de Medicina de Jundiaí,  Escola Técnica Estadual Arquiteto Vasco Antonio Venchiarutti e Museu Histórico e Cultural.

Faleceu em em 20 de janeiro de 1984; seu nome foi dado à Biblioteca Municipal que hoje funciona  no Complexo Argos. 


segunda-feira, 19 de novembro de 2018

UM POUCO SOBRE A ARGOS


A Argos foi uma das maiores e mais famosas indústrias têxteis de Jundiaí e do Brasil.


Este anúncio, publicado em 1956 no jornal "O Estado de S. Paulo" falava dos brins, cáquis e gabardines fabricados pela empresa - durante muitos anos, foi um grande fornecedor de tecidos para a confecção de uniformes do Exército.

Fundada em 1913,    empresa é um dos grandes marcos no desenvolvimento industrial do estado de São Paulo na primeira metade do Século XX.   Foi a maior empregadora de Jundiaí até a década de 1930, e promoveu intenso movimento de urbanização no bairro da Vila Arens, atraindo moradores, comércio e outras indústrias

No início da década de 1980, a empresa, que vinha decaindo em função de mudanças no mercado e na tecnologia,  além de ter problemas administrativos, acabou fechando suas portas.  

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

A CAPOEIRA SERVIA DE "PALCO PARA ATOS INCONFESSÁVEIS"!


Em sessão da Câmara Municipal acontecida em outubro de 1956, o vereador Carlos Gomes Ribeiro indicava a necessidade de que fosse roçada uma capoeira de caraguatá situada na Rua Senador Bento Pereira Bueno, na Vila Progresso.   

A providência era necessária porque, além de enfeiar a rua, a capoeira servia de "palco para atos inconfessáveis de vagabundos", causando aos moradores "situações vexatórias". 

caraguatá  é uma planta da família das bromélias, de folhas compridas com espinhos nas bordas; resta saber se esses espinhos não atrapalhavam a prática dos  atos inconfessáveis apontados pelo vereador. 

Carlos Gomes Ribeiro era ferroviário (Santos a Jundiaí) e foi vereador de 1956 a 1972, tendo pertencido sucessivamente ao PSB, MDB e Arena. Foi também um líder sindical. 

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

DE BARCO, DA PONTE A MONTE SERRAT

Em requerimento de 1952, o então vereador Oswaldo Bárbaro (abaixo, em foto da época) propunha que a Câmara registrasse em ata de sessão um voto de congratulações a um grupo de jovens que em 15 de agosto daquele ano descera o Rio Jundiai em três barcos, objetivando levar as saudações do povo do bairro da Ponte aos moradores do bairro de Monte Serrat, hoje Itupeva. 

Na linguagem peculiar da época, o fato era chamado de "extraordinário feito", que era "acaroçoado" (incentivado) pela Câmara... 

Ficamos curiosos para saber como voltaram e como trouxeram os barcos; certamente não remaram rio acima...


domingo, 4 de novembro de 2018

1950: JUNDIAÍ SEM ANALFABETOS?

A Folha da Manhã de 11 de fevereiro de 1950 trazia matéria informando que Jundiaí era o primeiro município do Brasil sem analfabetos. 

O Prof. Guelli discursando em 1942
Havia uma ressalva: o delegado de ensino de nossa região, Prof. Oscar Augusto Guelli dizia que talvez houvesse "um pequeno número de iletrados adultos disseminados pelos recantos do município, inacessíveis à ação dos cursos de ensino supletivo".

Era uma boa notícia, mas hoje, quase 70 anos depois, ainda temos em nossa região uma legião de analfabetos funcionais, pessoas que conseguem balbuciar as silabas de um texto, sem atinar com seu conteúdo como um todo. Há mais gente ainda que desconhece os conceitos básicos de aritmética.

Essas pessoas estão sendo rapidamente postas à margem do desenvolvimento, incapazes de se adaptarem as exigências do mundo moderno, simbolizadas pela 4ª Revolução Industrial - neste link, trazemos alguns conceitos sobre o assunto e uma entrevista em que expressamos nossas preocupações sobre o tema. 

Tudo isso deve ser motivo de muita preocupação por parte daqueles que pensam nosso futuro.