Chaves na maturidade |
Eloy Marcondes de Miranda Chaves (1875-1964) nasceu em Pindamonhangaba;
criança ainda foi viver no Equador, onde o pai, diplomata, era o Cônsul Geral
do Brasil. Graduado em Direito, chegou a
Jundiaí em 1897, para assumir o cargo de promotor, transferido de São Roque. Em
1898 casou-se com Almerinda Mendes Pereira,
de tradicional família de nossa cidade; tiveram dois filhos, Vail Chaves
e Antonieta Chaves Cintra Gordinho.
Muito cedo, renunciou ao cargo
de promotor e enveredou para a política, elegendo-se vereador e depois deputado
federal pela legenda do Partido Republicano Paulista – PRP. Foi secretario
estadual da Justiça e da Segurança Pública e criou a “Lei Eloy Chaves”, de 24 de janeiro de 1923,
instituindo a primeira Caixa de Aposentadoria e Pensão dos Ferroviários, a base
da política previdenciária nacional, da qual resultaria o atual INSS – Eloy é
chamado “O Pai da Previdência Social”.
Foi também empresário e um dos responsáveis pela chegada da energia
elétrica a Jundiaí; em discurso de 1960 contou ele que:
O Solar do Barão e o Largo da Matriz, já com luz |
“... a instalação de eletricidade
em nossa terra nasceu no correr de uma festa realizada nos fidalgos salões
(Solar do Barão) de um jundiaiense ilustre – o Sr. Francisco de Queiroz Telles.
No decorrer da seleta reunião, dois ilustres engenheiros, o Dr. Edgard de Sousa
e Aguiar de Andrade, o primeiro recém-chegado da Bélgica, onde fizera
brilhantes estudos que o autorizaram a entrar em alta função da Light and
Power, que iniciava então em São Paulo os seus grandiosos projetos. Chegaram a
uma das janelas da velha mansão, que dá para o largo da Matriz, e, vendo a luz
bruxoleante dos vetustos lampiões que escassamente iluminavam a cidade – se
dirigiram a mim e indagaram porque em Jundiaí não se havia ainda cogitado da
instalação da luz elétrica na cidade. Perguntei em réplica aos meus
interrogadores se estavam dispostos a formar, com elementos de prol da cidade,
uma empresa que levasse avante o grande melhoramento. Acolhida a ideia com
entusiasmo, formou-se a Empresa denominada Luz e Força de Jundiaí.”
Em 1904 empresa recebeu autorização para funcionar, e assumiu o
compromisso de instalar inicialmente a iluminação pública: seriam 250 lâmpadas
de 32 velas (!) em postes de ferro espaçados entre 35 e 40 metros instalados na
rua do Rosário, entre o Largo de São Bento e a rua Cândido Rodrigues e na rua
Torres Neves, da estação da Companhia Paulista de Estradas de Ferro ao centro
da cidade – essa era a rua que dava acesso ao centro da cidade àqueles que
chegavam a Jundiaí pelos trens da Paulista. Nas demais ruas a Empresa poderia
empregar postes de madeira, nunca inferiores a quatro metros de altura.
A Matriz em 1910 |
Foram também beneficiados a Câmara Municipal, a Matriz e o Hospital São
Vicente; em cada um desses locais seria instaladas dez lâmpadas de 16 velas (!).
O Largo da Matriz e o Jardim Público também seriam iluminados.
Em 3 de novembro de 1905, o sistema foi inaugurado; A partir dai, o
processo foi se acelerando, inclusive com a construção de pequenas
hidrelétricas no rio Jundiaí; consta que houve também uma usina térmica. A empresa foi vendida à
Light em 1927.
Eloy Chaves, Sousa e Andrade acabaram por tornar-se grandes empresários
na área de geração e distribuição de energia; Souza dá nome à Usina
Hidrelétrica Edgard de Sousa, localizada em Santana de Parnaíba.
A Fazenda Ermida na atualidade |
Em 1910, em sociedade com Olavo Guimarães, comprou a Companhia
Jundiahyana de Tecidos e Cultura S.A., cujo nome foi alterado para S.A. Industrial Jundiahyense.
Em 1940 vendeu a empresa, que passou a chamar-se Companhia Fiação e
Tecidos São Bento S.A.
Finalizando, Chaves teve alguma ligação (que não conseguimos identificar) com o Gymnasio Hydecroft, instituição de ensino que funcionou durante algum tempo em nossa cidade, como mostra a notícia ao lado, publicada no jornal O Estado de S. Paulo de 7 de fevereiro de 1909. Teria ele investido também na área de educação?
Finalizando, Chaves teve alguma ligação (que não conseguimos identificar) com o Gymnasio Hydecroft, instituição de ensino que funcionou durante algum tempo em nossa cidade, como mostra a notícia ao lado, publicada no jornal O Estado de S. Paulo de 7 de fevereiro de 1909. Teria ele investido também na área de educação?
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