quarta-feira, 2 de março de 2016

JUNDIAÍ NA REVOLUÇÃO FEDERALISTA

A Guarda Nacional, criada em 1832, pelo Padre Feijó, então Ministro da Justiça, tinha como missão, quando convocada, apoiar as Forças Armadas e os Corpos de Permanentes (a polícia de então) na manutenção da ordem – chegou também a lutar na Guerra do Paraguai.
Militares da PM do Paraná em ação na Revolução - note-se
a metralhadora Nordenfeldt de cinco canos
Oficialmente, a Guarda Nacional era composta por todos os cidadãos, distribuídos por batalhões e companhias espalhados por todo o País. Algumas de suas unidades foram convocadas quando de fevereiro de 1893 a agosto de 1895 a Revolução Federalista ameaçou o governo do Marechal Floriano Peixoto, com lutas sangrentas nos estados do sul.
Nossa cidade sediava, à época, o 2º Batalhão da Força Pública, responsável pelo policiamento em toda a Zona da Paulista. Logo no início do conflito, o Cel. Joaquim de Siqueira de Moraes, comandante da Guarda Nacional em nossa cidade, declarou-se pronto para substituir o 2º Batalhão em suas tarefas, de forma a que este pudesse executar outras missões no combate à Revolução, tendo logo o Batalhão se deslocado para Santos e mais tarde para os estados do sul. A notícia ao lado, publicado no jornal "A
Cidade de Ytu" de 21 de setembro de 1893, relata a chegada de tropa jundiaiense a Santos (seria o Batalhão da Força Pública ou a Guarda Nacional?), com "banda musical e bandeira" - a tropa, que provavelmente chegara de trem, foi  a seguir para a Ponta da Praia, em "bonds especiais".  
Além das missões de policiamento, outros membros da Guarda de nossa cidade foram mobilizados: um pouco mais tarde, jundiaienses, sob o comando do Capitão Sebastião Pontes, à época professor e vereador em nossa cidade, também participaram do combate à Revolução.  
Essas tropas fizeram parte do 3º Batalhão de Infantaria, cuja 1ª Companhia foi comandada por Sebastião Pontes e atuou na região de Itararé por cerca de cinco meses.
O nome desse ilustre jundiaiense foi atribuído em 1926 à praça onde se situa a Igreja de Vila Arens.
É interessante lembrar que Siqueira de Moraes e Sebastião Pontes não eram os únicos oficiais da Guarda Nacional em nossa cidade; o "Almanak Laemmert" de 1921, publicação que trazia informações sobre os municípios brasileiros, publica uma relação desse pessoal, que está ao lado; Sebastião Pontes provavelmente já era falecido. 
Em 1918 a Guarda Nacional foi incorporada ao Exército como “Reserva de 2ª Linha”, o que em termos práticos determinou sua extinção. 

Um comentário:

  1. nossa cidade em justa homenagem nomina ruas com o nome destes personagens históricos, mas duvido que o povo saiba por exemplo quem foi Coronel Joaquim de Siqueira Moraes, esta matéria foi didática. Parabéns

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