quinta-feira, 11 de maio de 2017

ALEXANDRE SICILIANO, A CIA MECHANICA, O GASOGÊNIO E A SIFCO

Alessandro Vincenzo Siciliano (San Nicola Arcella, 17 de maio de 1860 — Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 1923) foi um verdadeiro pioneiro em muitos ramos de atividade. Filho de uma família muito pobre veio para o Brasil em companhia do seu cunhado, com a idade de 9 anos. Logo começou a trabalhar no comércio, com muito sucesso. Patenteou uma máquina para beneficiar café e arroz, que teve muito sucesso. Foi banqueiro, dirigente de entidades de classe e filantropo. Dentre seus descendentes, está a hoje Senadora Marta Suplicy.


Fundou a Companhia Mechanica e Importadora, que teve fábrica em Jundiaí, no local onde hoje se encontra a Sifco, que nasceu em 1958, produto de associação da Mechanica com empresas americanas. A Mechanica teve suas origens na Ferraria Agrícola, uma empresa que fabricava ferramentas como enxadas, picaretas e outras do mesmo tipo e fora fundada pelo suiço Frederico Vigel - quando menino, ao dizer alguma asneira ouvia de minha Nonna Maria: "vá trabalhar na Agrícola...". 



Além de ferramentas, a Mechanica fabricou um gasogênio, aparelho que produz gás combustível para alimentar motores de combustão interna, especialmente de veículos automotores. Foi muito utilizado no Brasil à época da 2a. Guerra Mundial, quando o petróleo foi severamente racionado. O anúncio ao lado menciona uma prova para veículos movidos a gasogênio realizada entre as cidades de São Paulo/São Roque/Sorocaba/Itu/Campinas/Jundiaí/São Paulo no ano de 1943; a velocidade média foi de cerca de 54 km/hora e o consumo de carvão de 350 gramas por km. 



O Conde Siciliano viveu em um palacete da Avenida Paulista, que comprara em 1911. O imóvel foi projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo e acabou sendo demolido nos anos 1970 - localizado na esquina da Alameda Joaquim Eugênio de Lima, o imóvel deu lugar ao Edifício Winston Churchill. No porta"São Paulo Antiga", há mais informações e fotografias do palacete - vale a pena uma visita a ele!


Seu falecimento causou grande consternação na cidade de São Paulo, o que levou uma grande multidão a aguardar a chegada do corpo, na Estação da Luz, para render suas últimas homenagens. Da Estação, o féretro foi à igreja do Liceu Sagrado Coração de Jesus, onde foi celebrada uma missa pela sua alma. Após o encerramento da cerimônia o corpo foi levado ao  Cemitério da Consolação, onde foi sepultado - seu  túmulo está na rua 22, lotes 3 e 4. O convite da Associação Comercial para o féretro e uma foto de seu túmulo estão abaixo.









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