A partir talvez dos anos 1920 - e até talvez os anos 1960 - paquerar (será que essa palavra ainda existe?) era sinônimo de caminhar pelas ruas e, claro, flertar (será que isso ainda existe?) quando possível - isso era chamado "footing".
O "footing", que vem do inglês 'ir a pé', acontecia principalmente nas cidades menores - as garotas colocavam suas melhores roupas e saíam para caminhar com um objetivo claro: serem observadas pelos rapazes, igualmente bem arrumados, que tinham como objetivo, observar as meninas...
Aqui em Jundiaí, isso acontecia aos sábados e domingos, principalmente na área próxima aos cinemas do centro, nas ruas Barão de Jundiaí e Rosário e na praça Governador Pedro de Toledo - a ideia era que as meninas caminhassem e os rapazes ficassem parados; inúmeros namoros e casamentos começaram no "footing". Nos anos 1950, nossa Prefeitura interditava o trecho da Rua Barão entre a praça e a rua da Padroeira, local onde o "footing" era mais intenso.
Em 1958, o vereador Nelson Chacra pedia que a Prefeitura levantasse essa interdição nos dias chuvosos, quando não havia "footing", de forma a que automóveis pudessem recolher as pessoas que estivessem saindo da primeira sessão do Cine Ipiranga, que começava às 7 da noite e terminavam por volta das 21. Um dos filmes exibidos na época pelo Ipiranga foi "Kirongozi, o Mestre Caçador", um documentário de 1957 que foi protagonizado por Jorge Alves de Lima, um caçador brasileiro que viveu muitos anos na África, no Quênia e Tanzania onde era conhecido como "Kirongozi", que significa "mestre caçador" no idioma local
Além do Ipiranga, os outros cinemas de nossa cidade eram o Ideal, Politeama, Marabá, República e Vitória - bons tempos...
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