A casa recém construída |
A Companhia Industrial de Conservas Alimentícias CICA, uma das maiores empresas do ramo alimentício do Brasil (se não a maior) começou a operar em 1941; foi produto da associação do banqueiro Alberto Bonfiglioli com as famílias Messina, Guerrazzi e Guzzo, entre outras. Em meados da década de 1990, foi vendida e em 1998 a fábrica de Jundiaí foi fechada.
Anexa à fábrica, foi construída uma casa que serviu de residência ao Comendador Antonino Messina, que ali residiu até sua morte, em meados dos anos 1960. Essa casa é descrita em um artigo bastante interessante, de autoria do arquiteto Eduardo Carlos Pereira e publicado na revista Cidade, Patrimônio & História, edição de maio de 2016. A casa está na relação de bens
do Inventário de Proteção do Patrimônio Artístico e
Cultural e possui grau 1 de proteção, destinado aos bens imóveis que possuem reconhecida importância
histórica ou elevada qualidade arquitetônica.
O primeiro projeto da casa, construída por Giacomo Venchiarutti,
em 1942, era bem menor do que a casa atual. No pavimento térreo havia uma cozinha,
uma copa, um dormitório para empregadas e uma sala
de jantar. No pavimento superior existiam quatro quartos,
um banheiro e um terraço.
A reforma posterior aumentou consideravelmente a
área da residência. No pavimento térreo foram aumentados a cozinha, a copa e o terraço frontal, além de serem construídos uma grande sala, um quarto, banheiros,
um hall e um grande terraço posterior. A área do pavimento passou para 310 m². No pavimento superior, um
dos quartos foi aumentado, outro ganhou um terraço e os outros dois deram lugar à uma grande sala; foi também criado
um corredor que dá acesso à dois quartos e um banheiro mais recentes. O pavimento passou a ter 200 m².
A localização da casa dentro do complexo CICA (anos 1960) |
O brasão |
A casa tem algumas características bastante marcantes, como o painel de azulejos pintados à mão por
Carlos Mancini em 1957, localizado na varanda
posterior. Além desse painel, há outros elementos que podem ser considerados de valor histórico, como o brasão da
CICA na fachada, outro painel também pintado por Carlos Mancini, com
a imagem do Santo Antônio e o portão social, trabalho de serralheria de alta qualidade.
Elevação atual da casa (acervo do arquiteto Eduardo C. Pereira) |
A casa faz parte do imóvel hoje ocupado pela Telhanorte; espera-se que a ganância e a especulação imobiliária não impeçam sua manutenção e utilização como um dos ícones de nossa cidade.
Um pouco mais sobre a CICA pode ser visto aqui.
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