Waldomiro Lobo da Costa foi prefeito de nossa cidade de 1927 a 1930; exerceu inúmeros cargos públicos - foi deputado, presidente do Tribunal de
Justiça Militar do Estado de São Paulo (1956-1958), etc.
Como curiosidade, cabe dizer que em 1928, sob sua gestão, foi construído o muro na base do "Escadão" - 76 metros de comprimento por dois de altura; em 1929, foi feito o projeto da escadaria e dos passeios pela inclinação do morro, bem como do belvedere da parte superior, com vista para a Vila Arens. À época, o local era chamado "Morro do Grupo", numa referência ao então Grupo Escolar Cel. Siqueira de Moraes, situado nas proximidades.
Como curiosidade, cabe dizer que em 1928, sob sua gestão, foi construído o muro na base do "Escadão" - 76 metros de comprimento por dois de altura; em 1929, foi feito o projeto da escadaria e dos passeios pela inclinação do morro, bem como do belvedere da parte superior, com vista para a Vila Arens. À época, o local era chamado "Morro do Grupo", numa referência ao então Grupo Escolar Cel. Siqueira de Moraes, situado nas proximidades.
Mas há um fato curioso e pouco conhecido a respeito de sua vida: foi condecorado pelo rei da Itália com a "Cruz de Cavaleiro da Ordem da Coroa", que lhe foi entregue em nossa cidade pelo cônsul geral da Itália em São Paulo, Serafino Mazzolini - a entrega ocorreu em maio de 1930.
A entrega foi motivo para grandes festividades, segundo o "Correio Paulistano" de 14 de maio de 1930. Inicialmente, houve um grande jantar, presentes membros de famílias de destaque de nossa cidade: Queiroz Guimarães, Rappa, Traldi, De Vecchi, Gandra, Castilho, os doutores Samuel Martins e Domingos Anastácio e outras pessoas de destaque.
O cardápio foi composto de diversos pratos e vinhos finos, ao final do qual Waldomiro ergueu um brinde ao cônsul e à sua mãe que o acompanhava. O cônsul, respondeu com "brilhante e comovida oração". Mais tarde, um baile no Grêmio CP, que se prolongou até a manhã seguinte; mesmo no baile, mais discursos aconteceram.
No dia seguinte, o cônsul visitou o bairro do Traviu, tendo sido recebido na residência do (mais tarde) Comendador Antonio Carbonari com mais discursos e uma mesa de doces e champanhe.
Para o almoço, às 13 horas, houve um banquete (70 talheres), desta vez nos salões do "Casino Jundiahyense". O serviço refinado, aos cuidados de Angelo Semenza, foi acompanhado pela musica do "Jazz" (banda) Oriental (de que já falamos em outro post) e seguido, como de praxe, por mais discursos.
A seguir, a parte mais interessante da visita: o grupo dirigiu-se para a sede do Fascio de nossa cidade - Fascio era o nome dado a um
grupo local de fascistas. Essa sede, segundo o jornal, ficava nos "altos do Polytheama" - seria o prédio do teatro?
A seguir, no teatro propriamente dito, completamente lotado, aconteceu a entrega da condecoração. A solenidade foi abrilhantada pela Banda Ítalo-Brasileira (mais tarde União Brasileira), que executou os hinos nacionais do Brasil e da Itália e o hino "Fascistas".
E mais discursos, do cônsul, de jornalista, do juiz de direito - até chegar-se ao homenageado, que entre outros elogios ao governo fascista de Mussolini, disse que "ao salvar a Itália das terríveis consequências da invasão moscovita, havia salvado toda a civilização cristã"! Disse também que, com a alma de joelhos, queria depor um ósculo respeitoso nas mãos da velhinha que dera à Itália um filho do valor de Serafino Mazzolini, o Cônsul...
Encerrou-se a cerimônia com a Banda executando o Hino Nacional e a canção "Giovinezza", o hino do Partido Fascista.
E como o pessoal gostava de festas: o cônsul partiu para São Paulo no trem das 19 horas, e às 21, Waldomiro, com a condecoração no peito, abria as comemorações do 22ª aniversário do Gabinete de Leitura Ruy Barbosa - mais um baile, que se prolongou até a madrugada, não sem antes um discurso de 40 minutos do orador da entidade, o juiz de direito Samuel Martins...
Quanto a Mazzolini, teve uma brilhante carreira diplomática, morrendo em 1945 aos 55 anos, vítima de diabetes, agravada pela falta de medicamentos provocada pela guerra.
Ao saber de sua morte dele disse Mussolini: "era un collaboratore onesto, intelligente, buono e devoto, quale raramente ho avuto. Gli Esteri (Ministério de Relações Exteriores) perdono un Capo insostituibile e l'Italia un patriota esemplare".
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