domingo, 3 de julho de 2016

NEPOTISMO, PRAGA ANTIGA

Nepotismo (do latim nepos, neto ou descendente) é o termo utilizado para designar o favorecimento de parentes  ou amigos em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação ou promoções em uma organização qualquer.

É uma praga antiga, inclusive no Brasil.  Logo após chegar aqui em 1500, Pero Vaz de Caminha, que era o escrivão da frota de Cabral, teria embutido no relatório da viagem que fez ao rei de Portugal, um pedido para que seu genro recebesse um cargo público. 

O jornal "Correio Paulistano", em sua edição de 17 de dezembro de 1875, publica uma carta assinada por um "jundiahyano na côrte", provavelmente alguém de nossa cidade que ali vivia, denunciando um ato de nepotismo - a carta era destinada ao Imperador, através do Ministro da Justiça. 

Dizia a carta que o juiz de Santos,  Porchat de Assis, esperava brevemente ser nomeado para nossa cidade, pois um certo Amaral, que ocupava esse cargo em nossa cidade, esperava ser transferido para o Rio de Janeiro.

O juiz Porchat era sobrinho do conselheiro Duarte de Azevedo, ex ministro da Justiça, que "nipoticamente" trabalhava pela transferência do sobrinho para Jundiaí. 

Em sua carta. nosso conterrâneo reclamava do fato de estarem sendo preteridos outros juízes mais antigos, pois Porchat tinha 20 e poucos anos de idade e acabara de completar seu primeiro quatriênio (provavelmente, período de quatro anos como juiz). 

Concluía a carta a afirmação que o pessoal da terra não aceitaria a nomeação de bom grado. 

Como se disse, praga antiga e resistente.

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