domingo, 24 de abril de 2016

ADHEMAR DE BARROS VISITA JUNDIAÍ: BAJULAÇÃO, DISCURSOS E INAUGURAÇÕES

Adhemar
Durante a ditadura Vargas, os governadores dos estados eram indicados pelo governo central, sendo chamados “interventores”.


Marcondes
Em 25 de maio de 1941, o então interventor Adhemar de Barros (que teria sido o primeiro a ser chamado ‘rouba, mas faz’), visitou nossa cidade. Aqui chegou de trem vindo de Campinas, que visitara antes. Segundo o Correio Paulistano, o interventor foi recebido na estação pelo prefeito Manuel Anibal Marcondes, que seria assassinado algum tempo depois.   


No desfile
De carro, seguiram para a Praça Rui Barbosa, onde houve um desfile, do qual participaram alunos de diversas escolas (Conde do Parnaíba, Francisco Telles, Siqueira de Moraes, Ginásio Rosa etc). 

Segundo o jornal, estavam presentes também cerca de vinte mil trabalhadores das indústrias têxteis, cerâmicas, químicas etc. - não se deve esquecer que os jornais eram controlados pela ditadura Vargas, portanto esse número talvez não seja confiável, tendo em vista o tamanho da cidade à época. 
O almôço no Grêmio
Por volta das 14 horas, o grupo dirigiu-se ao Grêmio CP para o almoço, onde à sobremesa ouviu discurso do Prefeito, ao qual Adhemar respondeu com outro discurso, ambos longuíssimos e que são transcritos na íntegra pelo Correio. E como se gostava de discursos: ao chegar ao Grêmio, Adhemar já fora saudado por uma criança e depois de seu discurso, Eloy Chaves, “num rápido improviso”, ergueu um brinde ao governador...
Deixando o Grêmio, a comitiva dirigiu-se ao local onde seria lançada a pedra fundamental do edifício da Caixa Econômica Estadual - seria na Rua Barão de Jundiaí? Ali, mais um discurso, desta vez de Olavo de Queiroz Guimarães.
A seguir, por volta das 16 horas o grupo foi à Prefeitura, que na época situava-se na Rua Barão: ali seria colocado um retrato de Adhemar, descrito como “um dos vultos que mais haviam trabalhado pela pátria e mereceram as homenagens do município de Jundiahy”. E mais um longo discurso, desta vez de Waldomiro Lobo da Costa.

E mais: lançamento da pedra fundamental do Parque Infantil, onde hoje se localiza o Terminal Central, inauguração do reservatório “Adhemar de Barros”, do “Serviço de Abastecimento de Água de Jundiahy” (seria onde hoje se localiza o Velório Municipal?), visita ao Hospital São Vicente - e mais discursos: no primeiro desses eventos, falou Tibúrcio Estevam de Siqueira.
A fonte luminosa

Pelas 19 horas, a comitiva chegou à Praça Pedro de Toledo, em frente à Catedral, para inauguração da Fonte Luminosa: mais um discurso, desta vez de Alceu de Toledo Pontes. Adhemar descerrou a placa comemorativa, com a fonte entrando em funcionamento.

A seguir, outro discurso: João Baptista Figueiredo, “falando em nome do povo”... Logo depois, o Tenis Clube Paulista ofereceu um lanche a Adhemar, que se despediu e foi para a estação ferroviária, de onde seu trem partiu às 20:15, chegando a São Paulo às 21:20 – muito mais rapidamente que os trens atuais, 75 anos depois. 

Os atuais, observe-se,  são ainda mais lentos que os de 1867, como mostra o primeiro horário da EF Santos a Jundiaí:



Um comentário:

  1. O último discurso proferido na visita de Adhemar de Barros à Jundiai, foi de Alceu de Toledo Pontes, que 22 anos após essa visita, foi meu empregador no Cartório do 2º Oficio na rua do rosario, isso em 1963.

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