quarta-feira, 9 de novembro de 2016

UMA ÁGUIA EM JUNDIAÍ?

A Folha da Manhã, em 28 de outubro de 1935 relata um fato curioso acontecido em nossa cidade:   uma "águia" surgiu em na Fazenda Pamplona, no bairro do Horto Florestal. 

Um dos trabalhadores da fazenda tentou afugenta-la, sem sucesso; chamou então o administrador da fazenda, que armado de uma espingarda atirou e matou o grande pássaro (as preocupações com a defesa da fauna inexistiam à época)...

A ave era realmente grande: 2,40 metros de envergadura, cerca de um metro de altura e garras quase do tamanho do punho de um adulto - é preciso reconhecer que esse animal poderia fazer grandes estragos entre os animais da fazenda.


Não é possível afirmar-se com certeza, mas pela foto parece tratar-se de um gavião real, também conhecido como gavião de penacho ou harpia, que é tida como a maior ave predadora do planeta. A harpia está presente no Brasil principalmente em áreas densamente florestadas, na Amazônia e no Pantanal. Como teria chegado até aqui, é um mistério.

Uma harpia
Quando se pesquisa sobre a história da cidade, muitos pontos acabam ficando sem resposta: onde seria exatamente a Fazenda Pamplona?

A ave foi empalhada pelo taxidermista Santo Vendramini, apesar de o jornal ter afirmado que Vendramini era "dermatologista" e havia "embalsamado" o animal...

Vendramini era alfaiate de profissão e caçador e taxidermista por hobby; no entanto, o hobby virou profissão, e Vendramini trabalhou para diversos museus e para o Parque da Água Branca, em São Paulo, caçando animais e preparando-os para exposição - ao que consta, preparou mais de mil animais. 

A águia, teria sido oferecida ao Museu do Ipiranga. Ainda nos lembramos, nos anos 1960, de alguns animais empalhados expostos no Gabinete de Leitura Ruy Barbosa - talvez fosem obra de Vendramini.

A foto abaixo, do acervo do Prof. Mauricio Ferreira, mostra Vendramini no Museu Histórico e Cultural de Jundiaí, nos anos 1960: 

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