quinta-feira, 23 de junho de 2016

REMANDO CONTRA O PROGRESSO: JUNDIAÍ NÃO PRECISAVA DE EMISSORA DE RÁDIO...

Muita gente é contra novas tecnologias, por razões diversas: medo de perder poder/status, de não se adaptar a novas situações, sensação de conforto com a situação atual e outras, dentre as quais aparecem com frequência razões de ordem econômico/financeira. 

Um caso típico ligado a esse motivo é relatado pelo jornal Folha da Manhã em sua edição de 21/08/1935, posicionando-se radicalmente contra a instalação de uma emissora de rádio em nossa cidade.

As justificativas apresentadas eram estapafúrdias, como interferências nas transmissões das  emissoras de São Paulo (eram sete), do Rio de Janeiro e até mesmo da Argentina!

O autor do texto diz ainda que a programação, com artistas locais jamais poderia competir com a das grandes emissoras - convenientemente, esqueceu-se dos discos...

O artigo diz ainda que os empresários da cidade não anunciariam aqui, preferindo faze-lo nas emissoras da capital, em função do maior alcance - "esquece-se" também do custos muito maiores envolvidos.

Termina o texto  dizendo que situação similar viviam os jornais locais, que não podiam competir com os de São Paulo, e que nossa cidade deveria se conformar com as adversidades geradas pelo fato de estarmos próximos a São Paulo.

Isso é que era "imprensa marrom"! Para os mais jovens, "imprensa marrom" é aquela que não segue princípios éticos - no caso, a publicação de texto evidentemente gerado em função de interesses comerciais. 

Mas parece que funcionou, ao menos durante algum tempo: a primeira emissora instalada em Jundiaí foi a Difusora, que entrou no ar apenas em junho de 1946


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