terça-feira, 9 de junho de 2020

JUNDIAÍ E O TROPEIRISMO

A produção de alimentos  tinha muita importância econômica na Jundiaí do final do século XVIII e nas décadas iniciais do XIX. Milho, açúcar, feijão, carne suína e bovina, além de aguardente, eram os principais produtos de nossa cidade. 

Mas havia outro negócio importante na cidade: o dos transportes. Por aqui passava a “Rota do Goiás”, que saía de São Paulo, atravessava Jundiaí, Campinas, Mogi-Mirim, Mogi-Guaçú, rumando para Franca e daí para Goiás; nessa rota, que foi aberta ao redor de 1725 pelo bandeirante Bartolomeu Bueno, tudo era transportado no lombo de muares, que viajavam em grupos chamados "tropas". 

Essas tropas também transportavam mercadorias de e para o porto de Santos. Havia também um ramal da Rota que seguia para o sul de Minas. 

Muitos jundiaienses exerciam atividades ligadas a esse negócio,   criando, domando, alugando e comerciando animais, organizando e conduzindo tropas, produzindo arreios e fornecendo alimentos aos tropeiros. 

Do interior, as tropas traziam produtos como algodão, toucinho e queijos. A partir de Jundiaí, eram enviados para São Paulo porcos vivos.

O trabalho era duro, e a "estrada" ruim: já em 1822 havia reclamações, inclusive sobre queda de pontes, como dissemos em outro post.

As atividades dos tropeiros foram diminuindo à medida em  que as estradas foram sendo melhoradas e carroções passaram a ser um meio mais eficiente de transporte - antepassados meus tiveram um negócio desse tipo, trazendo café do interior para embarque na ferrovia em Jundiaí, rumo a Santos, que passou a operar em 1867.

À medida em que as ferrovias foram sendo implantadas, as tropas deixaram de existir em nossa região; como curiosidade, ainda vi tropas transportando marmelo para fábricas da Cica em Delfim Moreira e Marmelópolis, no sul de Minas, no início dos anos 1970 - a foto ao lado mostra a fábrica em Delfim Moreira; o prédio pertence à Prefeitura da cidade.

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