terça-feira, 22 de outubro de 2019

JUNDIAIENSES LIBERTAVAM SEUS ESCRAVOS



O jornal "A Província de S. Paulo", atual "O Estado de S. Paulo" era um jornal que pregava a abolição da escravatura.

É muito interessante notar que, em suas edições de 1887, havia inúmeras notícias acerca de pessoas que estavam libertando seus escravos, algumas vezes com a condição de que prestassem serviços durante mais algum tempo.

Essas pessoas provavelmente estavam percebendo que a escravidão, essa chaga social que envergonhava nosso país, estava deixando de se sustentar, apesar de que, em abril daquele ano, ainda existissem 1.366 escravos em nossa cidade. 

O jornal trazia várias notas acerca de libertações feitas por pessoas de nossa cidade, algumas conhecidas até hoje; é o caso do Coronel Leme da Fonseca e da Baronesa de Jundiahy, que segundo o jornal de 22 de julho libertaram cerca de 100 de seus escravos, com o condição de que prestassem serviços até o final de 1890 - a abolição total chegou antes, felizmente. 

Já no dia 25 de agosto noticiava-se que o Barão de Japy e os comerciantes Monteiro de Barros & Irmão libertariam seus escravos na mesma condição - só o Barão possuía mais de 100 escravos.  


Também exigindo serviços por mais três anos, o fazendeiro José Estanislao do Amaral prometia libertar seus 300 escravos.  

São ecos de um passado não tão remoto, que nos fazem lembrar a obrigação de combatermos situações semelhantes, ainda presentes nos dias atuais, quase sempre envolvendo migrantes que deixaram sua terra em busca de condições de vida um pouco menos piores e que acabam vítimas dos modernos senhores de escravos, vivendo muitas vezes em condições piores do que as em que viviam os escravos até o final do século XIX.

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