Nossa cidade não ficou livre desse mal: o Prof Mauricio Ferreira tem em seu acervo este recorte da "Gazeta de Campinas" de novembro de 1874, dando conta da fuga do escravo Zeferino: desdentado, levando consigo um calça e uma camisa apenas, provavelmente movido pelo desespero deixara a Fazenda do Monteserrate (na região de Itupeva) em busca de algum alívio para seus tormentos.
A escravidão não acabou, apesar de ilegal. Hoje os traficantes de pessoas escondem suas vítimas e formam uma população de escravos oculta. Estimativas apontam que hoje em dia existam entre 12 e 27 milhões de pessoas que vivem como escravos pelo mundo todo. Na melhor das hipóteses, eles trabalham 16 horas por dia em troca de dinheiro que só é suficiente para se alimentarem mal e pagarem por uma cama para dormir. Na maioria dos casos são pessoas de outros países que se tornam reféns de exploradores que lhes dão condições de migrarem e os colocam para trabalhar afim de pagarem uma dívida que nunca acaba - aqui no Brasil são frequentes as notícias sobre bolivianos nessa situação, frequentemente trabalhando em confecções em São Paulo. Também em áreas rurais situações como essa persistem.
E o que podemos fazer para lutar contra esse mal? Observar e denunciar situações desse tipo. E quanto a Zeferino, Christiano, Innocencio, Nicácio e Ildefonso - que fim teriam levado?
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