O Clube Beneficente Cultural e Recreativo Jundiaiense 28 de Setembro, conhecido em nossa cidade como "28", foi fundado em 1° de janeiro de 1897; seu nome faz referência à data em que foi promulgada a Lei do Vente livre (1871) - essa lei considerava livres todos os filhos de mulheres escravas nascidos a partir daquela data.
No final do século XIX, surgiram diversos clubes que pretendiam congregar pessoas da raça negra, que normalmente eram excluídas de outras entidades - o 28 foi o segundo desses clubes a ser fundado no estado de São Paulo. O primeiro teria sido o "Clube dos Escravos", fundado em Bragança em 1881. Esse clube foi fundado por abolicionistas e escravos, tendo sido seus primeiros dirigentes os escravos João Manuel (Presidente) e José Francisco e André da Silva (Secretários) - a ideia era fundar uma escola e prestar assistência a escravos e ex escravos.
A imprensa anunciava que em 25 de setembro de 1945 o clube inauguraria sua sede atual, situada à Rua Petronilha Antunes; às 5 e meia da manhã (!) haveria uma salva de 21 tiros, mais tarde uma missa, às 15 horas uma solenidade e às 22 horas, baile com Birico e seus rapazes, orquestra de Campinas - por onde andarão Birico e seus rapazes???
As fotos acima mostram o local da sede durante a construção (provavelmente um imóvel antigo foi demolido) e a sede na atualidade; o recorte, é de uma edição do jornal Folha da Manhã de 24 de setembro daquele ano, noticiando a inauguração.
O 28 desde seu início teve um envolvimento muito grande com a educação e a cultura: manteve uma escola, organizou biblioteca e grupo de teatro, cedeu sua sede para cursos, promoveu palestras etc.
Essa escola chamava-se "Cruz e Sousa", que foi um dos maiores poetas brasileiros, negro, nascido em Florianópolis em 1861 e falecido em 1898 - era chamado "o Dante Negro".
Atualmente o Clube “28 de Setembro” continua cumprindo seu papel recreativo, educativo e cultural, promovendo comemorações nas datas festivas, enfim, segue importante em nossa cidade.
Em um clube homônimo, situado à Rua Florêncio de Abreu, em São Paulo, ocorreu em 14 de junho de 1953 uma grande tragédia: o clube ocupava o segundo andar de um prédio em cujo térreo funcionava o depósito de uma empresa de tecidos, onde irrompeu um incêndio. Apesar de haver tempo para que todos se retirassem em segurança, o pânico fez com cerca de 50 pessoas morressem, quase todas pisoteadas.
Dentre os mortos, um bombeiro e uma jovem, que ao saltar de uma janela para ser recolhida na rua por pessoas que seguravam lonas, ficou presa na fiação elétrica, onde o fogo a atingiu.
A foto abaixo, publicada pela Folha da Manhã de 14 de junho de 1936 traz informações sobre os cursos promovidos pelo 28.
A foto abaixo, publicada pela Folha da Manhã de 14 de junho de 1936 traz informações sobre os cursos promovidos pelo 28.
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