Campo Limpo Paulista pertencia a Jundiaí. De Campo Limpo partia a Estrada
de Ferro Bragantina (EFB), que chegava até a cidade de Bragança Paulista.
Em
fins da década de 1860, fazendeiros de Bragança lançaram a ideia de construir
uma estrada de ferro que, ligando-se aos trilhos da Santos a Jundiaí,
permitisse enviar rapidamente sua safra de café ao porto de Santos, substituindo as tropas de burros que eram utilizadas nesse transporte - eram semanas de viagem de Bragança até o porto de Santos..
Os trabalhos de implantação da
ferrovia foram iniciados em fins de 1878
e se arrastaram por quase 6 anos,
incluído aí um tempo de quase dois anos em que as obras ficaram completamente
paralisadas, pois a companhia que estava construindo a ferrovia quase faliu.
Foram superados obstáculos imensos à
época, pois não havia maquinário disponível e tudo tinha de ser feito com pás e
picaretas. Finalmente, em 4 de maio de 1884 inaugurou-se o primeiro trecho, de Campo Limpo até
Atibaia, e em 15 de Agosto do mesmo ano até Bragança, numa extensão de 52 km.
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Uma das Kitson originais partindo de Atibaia nos anos 1960 |
Inicialmente a ferrovia utilizou 5 locomotivas a vapor Kitson de fabricação inglesa, que foram batizadas em homenagem a autoridades da época: Conde de Tres Rios, Dr. Luiz Leme, Dr. Lins de Vasconcellos e Barão de Jundiahy; a quinta chamou-se Bragança. A ferrovia ainda tinha 8 carros de passageiros e 55 vagões de carga de diversos tipos, inclusive para transporte de animais.
Mais tarde, a EFB adquiriu duas automotrizes diesel de procedência inglesa, da marca Walker, que entraram em serviço em 01/09/1938.
A situação da empresa começara a agravar-se com a crise de 1929, que levou à extinção da cultura do café na região, deixando de haver necessidade do trem para seu transporte.
Nos anos 1960, o asfaltamento das rodovias que ligavam as cidades da região, a construção da rodovia Fernão Dias, que corria praticamente paralela aos seus trilhos e o fato de transportar apenas cerca de 70 toneladas de carga ao dia selaram sua sorte: em 21-06-1967, após anos de prejuízos (em 1966 mais de 1,2 milhões de cruzeiros novos), às 16:50, o último trem partiu de Campo Limpo com destino a Bragança Paulista, tracionado pela locomotiva diesel nº 8, que pertencera à Cia. Mogiana.
Mais tarde, a EFB adquiriu duas automotrizes diesel de procedência inglesa, da marca Walker, que entraram em serviço em 01/09/1938.
A "Bandeirante" em Piracaia |
Elas passaram
a ser denominadas, após a passagem da EFB para o governo estadual, “O
Bandeirante” e “IV Centenário”. Essas máquinas faziam o transporte de
passageiros na região de Atibaia e Bragança.
A
Bragantina mudou de dono várias vezes - em 1895 Luís de Oliveira Lins de Vasconcelos
lidera um grupo que adquire as ações da EFB, tornando-se dono da companhia, que
em 1903 foi vendida à São Paulo Railway, que era a dona da linha Santos a
Jundiaí.
Em 1946 a
SPR passou para o controle do governo federal, e a Bragantina para o estadual.
Apesar de alguns investimentos do governo, a EFB continuava famosa
pelos seus equipamentos obsoletos, velocidade baixa e pouca confiabilidade em
termos de horários – após ser estatizada, tornou-se rapidamente um cabide de
empregos.
A situação da empresa começara a agravar-se com a crise de 1929, que levou à extinção da cultura do café na região, deixando de haver necessidade do trem para seu transporte.
O último trem saindo de Campo Limpo |
Nos anos 1960, o asfaltamento das rodovias que ligavam as cidades da região, a construção da rodovia Fernão Dias, que corria praticamente paralela aos seus trilhos e o fato de transportar apenas cerca de 70 toneladas de carga ao dia selaram sua sorte: em 21-06-1967, após anos de prejuízos (em 1966 mais de 1,2 milhões de cruzeiros novos), às 16:50, o último trem partiu de Campo Limpo com destino a Bragança Paulista, tracionado pela locomotiva diesel nº 8, que pertencera à Cia. Mogiana.
Foi nesse dia que se ouviu o último apito e a EFB morreu...
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