segunda-feira, 11 de novembro de 2024

1931: A PRISÃO DE UM SARGENTO DO EXÉRCITO

O jornal O Estado de S. Paulo de 4 de julho de 1931 noticiava a prisão, em nossa cidade, do 3º Sargento do Exército José Isidoro da Costa.



Com o uso de chaves falsas, o Sargento roubou do cofre do QG da 2ª Região Militar, onde servia, a importância de 60 contos de réis, uma quantia bastante considerável para a época - talvez cerca de R$ 300 mil atuais.

 

Dado o alarme, a polícia passou a investigar e prendeu o Sargento, que se encontrava em Jundiaí em companhia de sua amante - todo o dinheiro roubado foi recuperado.

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

PRESIDIÁRIOS TRABALHARAM NA ESTRADA VELHA

Em 1917 o jornal O Estado de S. Paulo noticiava que o juiz de direito das execuções criminais, Adolpho de Melo, visitara as obras que vinham sendo realizadas "na estrada que vae desta capital a Jundiahy", a Estrada Velha ou Rodovia Tancredo de Almeida Neves, seu nome oficial.

É de se observar que presidiários (ou penitenciários, como eram chamados à época) trabalhavam nas obras.

O Juiz estava acompanhado de outras autoridades, tendo elogiado os que dirigiam os trabalhos e "observado a grande utilidade de se empregar os penitenciários nesse serviço".

Não seria uma boa ideia voltarmos a fazer isso, ao invés de manter essas pessoas em cárceres, verdadeiras escolas do crime?

Vale lembrar também que Paulo, em sua 2ª carta aos Tessalonicenses já dizia que "se alguém não quer trabalhar, também não coma".    

Além disso, a legislação vigente permite o trabalho de presos, que tem   direito ao desconto de um dia de pena para cada três dias trabalhados e prevê que a  recusa ao trabalho pode ser considerada uma falta grave, o que pode levar à perda do direito a saídas temporárias e a outras punições.

Esta prática é muito comum em diversos países, inclusive nos Estados Unidos.





domingo, 3 de novembro de 2024

EM JULHO DE 1939 ERA INAUGURADO O CINE IDEAL


Em 12 de julho de 1939, a imprensa noticiava a inauguração das novas instalações de um cinema de nossa cidade, o Ideal.
 
A casa ficava na Rua Rangel Pestana, ao lado do prédio do Grêmio, clube fundado por funcionários da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

A imagem abaixo, mais recente, mostra as fachadas do Ideal e do Grêmio.






sábado, 2 de novembro de 2024

TONINHO PELLICIARI: UM GRANDE MÚSICO JUNDAIENSE

Antonio Francisco Paschoal Pellicciari, também conhecido como Toninho Pellicciari, nasceu em Jundiaí em 1936.

Estudou música na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, onde se formou na década de 50.

Nessa época, já atuava como pianista na Rádio Difusora Jundiaiense, acompanhando os cantores que lá se apresentavam. Ainda em 1950, tornou-se integrante da orquestra City Swing, e em 1952, foi para a TV Tupi - foi o primeiro músico contratado pela emissora.

Também nessa década, formou o seu primeiro conjunto musical, com o qual passou a se apresentar nas principais casas noturnas de São Paulo.

Ao longo de sua carreira, Toninho Pellicciari acompanhou, ao piano, vários cantores de renome internacional, como o americano Billy Ekstine, o chileno Lucho Gatica e os brasileiros Vicente Celestino, Dalva de Oliveira, Orlando Silva, Maysa, Jair Rodrigues e Elis Regina, entre outros.

Teve presença marcante em programas de destaque no rádio e na TV, como o "Côrte Rayol Show", comandado por Renato Côrte Real e Agnaldo Rayol e "Um Piano Dentro da Noite", dirigido por Fábbio Perez - a foto ao lado mostra Toninho e Fabbio.

Foi professor de piano e teclado, além de ter organizado corais.

Depois de aposentar-se, no início da década de 80, Toninho Pellicciari passou a viver em Caraguatatuba, onde faleceu no ano 2000, tendo sido sepultado no Cemitério Nossa Senhora do Desterro, em Jundiaí - uma rua do bairro Portal do Paraíso leva seu nome.

A foto abaixo mostra Toninho, ao piano, tocando na famosa casa noturna Mil e Uma Noites, no ano de 1953. 


Toninho Pellicciari também gravou um disco - uma das faixas pode ser ouvida no YouTube - https://www.youtube.com/watch?v=V68yqZzu-ys.




 

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

A ORQUESTRA CITY SWING: SÓ SAUDADE...

A Orquestra City Swing marcou época em Jundiaí.

Fundada em 1944 pelo trompetista Alcides Antônio Marques, era conhecida por sua atuação em bailes e eventos sociais em São Paulo e nos estados vizinhos.

No seu auge, entre as décadas de 1960 e 1980, a City Swing era presença garantida nos clubes de Jundiaí, especialmente no Grêmio C.P., onde animava famosos bailes de carnaval.

A orquestra chegou a tocar com grandes nomes da música brasileira, como Cauby Peixoto e Nelson Gonçalves.

A City Swing não era apenas uma orquestra, mas uma verdadeira instituição cultural em Jundiaí, mas, infelizmente, com o passar dos anos e a mudança nos hábitos sociais, a orquestra encerrou suas atividades no final da década de 1990.

No entanto, seu legado continua vivo na memória daqueles que tiveram a felicidade de participar de seus eventos.

A foto que ilustra este post mostra uma de suas formações clássicas, provavelmente nos anos 1960.



domingo, 18 de agosto de 2024

1970: PLANADOR CAIU NO 12º GAC

No dia 27 de dezembro de 1970 um planador caiu no quartel do hoje 12º GAC.

O aparelho ficou bastante danificado, mas o piloto saiu ileso.

Segundo o Cel. Benevides, que comandou a unidade, o planador caiu sobre eucaliptos que ficavam no estacionamento situado ao lado do pavilhão de comando do Grupo.

O planador pertencia ao Clube Politécnico de Planadores, fundado em 1934 na capital e que na época tinha uma base no aeroporto de Jundiaí.


domingo, 4 de agosto de 2024

1949: OS SERVIÇOS DA VIAÇÃO COMETA ERAM CRITICADOS

Em sua edição de 27 de abril de 1949, o jornal O Estado de S. Paulo tecia crítica aos serviços da Viação Cometa, cujos ônibus ligavam nossa cidade a São Paulo.

As críticas centravam-se nos atrasos e no péssimo atendimento que os funcionários davam aos passageiros.

O jornal mencionava também que a agência da empresa em São Paulo, que ficava na Av. Ipiranga, era vizinha a um bar "de péssima frequência", o que incomodava os passageiros.

Felizmente, hoje os serviços são de muito boa qualidade.




 

domingo, 7 de julho de 2024

1921: MILITARES SALVAM UMA VIDA EM JUNDIAÍ

 A edição de de 10 de junho de 1921 do jornal
O Estado de S Paulo trazia um agradecimento dirigido a um grupo de militares da unidade do Exército estacionada em nossa cidade, o então 2º Grupo de Artilharia de Montanha, hoje 12º GAC. 

O texto, assinado por Emílio Galafassi, falava dos esforços dos militares que levaram à resolução de um sério problema de saúde que acometera o soldado Guido Galafassi,  da 2ª Bateria da unidade - talvez Emílio fosse pai de Guido. 

Naquela época, havia sorteio para que definir os que prestariam o serviço militar, e Emílio disse que se Guido não tivesse sido sorteado, provavelmente teria sido vítima da "insidiosa moléstia que o acometeu". 

Também é mencionado no agradecimento o anspeçada Manuel Moreira Lima, enfermeiro - anspeçada era uma antiga graduação, entre cabo e soldado. 

Desde aquela época a presença do Exército tem sido importante para nossa cidade.   


A CRECHE DA ARGOS

Fundada em 1913, a Argos Industrial foi uma
das maiores indústrias têxteis do Brasil e a primeira a fabricar brins.

Maior empregadora de Jundiaí até a década de 1930, promoveu intenso movimento de urbanização no bairro de Vila Arens, atraindo moradores em suas vilas operárias, comércio e outras indústrias do ramo.

A Creche da Argos era responsável por abrigar filhos de funcionárias da fábrica durante o período de trabalho e por oferecer a eles educação e cuidados básicos.

A documentação disponível sobre a instituição é escassa, mas sabe-se que no início de suas atividades a Creche era coordenada por freiras salvatorianas, atendendo bebês e crianças até a idade de aproximadamente dez anos.
 
No início, segundo dizia o Jornal da Cidade em sua edição de 11/09/1991, as crianças recebiam alimentação, instrução primária, moral, cívica e religiosa, assistência médica e odontológica e “ainda brincam sob a orientação das abnegadas freiras salvatorianas em salas adequadas”.

Mais tarde, à medida em que a situação da empresa foi se deteriorando, o número de crianças diminuiu muito - as freiras já não estavam mais à frente da Creche, que encerrou suas atividades em 1984, quando a Argos faliu.
 
Foi uma grande perda para Jundiaí.

domingo, 30 de junho de 2024

Agente secreto (!) prende jundiaiense acusado de falcatrua

 
Em 15 de agosto de 1913, a imprensa noticiava
que em nossa cidade um agente secreto vindo de Santos, auxiliado pelo escrivão de polícia  João Mesquita, prendera o "chauffeur" Antonio Vidilli, que era acusado de ter cometido uma falcatrua naquela cidade.




quarta-feira, 26 de junho de 2024

EM 1885, O DR. CAVALCANTI ANUNCIAVA SEUS SERVIÇOS

Em abril de 1885, o jornal A Província de São
Paulo, o atual Estadão, trazia um anúncio em que o Dr. Cavalcanti, futuro prefeito de nossa cidade, oferecia seus serviços. 

Era muito interessante o linguajar utilizado:  o médico era "operador e parteiro", "dava consultas" e "acudia  chamado para fora", além de falar outros idiomas.

Seu consultório ficava na Rua do Rosário. 

Francisco Albuquerque de Cavalcanti (1856-1937) foi prefeito de Jundiaí entre 1930 e 1933. Formado em Paris, aqui exerceu a medicina entre 1885 e 1935.

Era pai do engenheiro Leonardo Cavalcanti, falecido em trágico acidente de trabalho, de que falamos em outra postagem. 

Era irmão de Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti,  o Cardeal Arcoverde (1850-1930), foi o primeiro Cardeal latino-americano, nomeado por Pio X em 1905.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

1911: cães de rua eram envenenados em Jundiaí


Como noticiava o jornal O Estado de S. Paulo. em 1911 o tratamento dado aos cães que viviam na rua, ao menos em nossa cidade, era diferente: funcionários da Prefeitura davam "bolas" a esses animais - essas bolas eram bolinhos de carne envenenados!

E a população parecia apoiar essas medidas, pois o jornal dizia que uma criança fora atacada e mordida por um desses cães, que pouco depois foi morto a tiros.

Esse fato aconteceu na rua General Silva Telles, que não mais existe em nossa cidade - qual seria seu nome atual?



segunda-feira, 27 de maio de 2024

O Viaduto São João Batista

O Viaduto São João Batista foi a primeira obra desse tipo construída em nossa cidade. 

Foi projetado e executado pelo arquiteto Vasco Venchiarutti, no seu primeiro mandato como prefeito de Jundiaí (1948 – 1951).

A construção foi feita com recursos da
Prefeitura, empréstimos de moradores da região e doação da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

Até hoje é uma obra muito importante para a mobilidade urbana, pois foi construído sobre as linhas férreas da Paulista e da Sorocabana, que anteriormente eram cruzadas apenas quando não havia a passagem de trens - porteiras fechavam  trânsito de veículos e pedestres

A obra favorece  o acesso ao centro por moradores do bairro da Ponte São João, naquela época uma importante área industrial e comercial e pelos moradores do bairro da Colônia, que tinha destaque na produção agrícola, especialmente   uvas e outros gêneros alimentícios). 

A foto é de 1950,   numa perspectiva do centro em direção ao bairro da Ponte São João e foi feita pelo grande fotógrafo  João  Janczur
 

domingo, 12 de maio de 2024

1950: pensava-se em enviar uvas para o Rio de Janeiro por via aérea.


 Em sua edição de 25 de março de 1950, o jornal O Estado de S. Paulo tratava de nosso então chamado "campo de aviação". 

Segundo a matéria, a pista, não pavimentada, não permitia o pouso de aviões de "grande porte" - certamente essa expressão atualmente não se aplica aos aviões da época. 

Gestões eram feitas junto ao governo estadual tentando conseguir melhorias para o campo, curiosamente com o objetivo de permitir que a as uvas colhidas chegassem no mesmo dia ao Rio de Janeiro...

domingo, 14 de abril de 2024

UMA HISTÓRIA TRISTE

 

Em sua edição de 6 de setembro de 1909, o jornal O Estado de S. Paulo reproduzia notícia dada pelo jornal Commercio de Campinas. 

Com a manchete "Horroroso desastre", a matéria relatava como Virgílio Ortiz, empregado da Cia Paulista de Estrada de Ferro, caiu da locomotiva de um trem que transportava gado com destino a Jundiaí.

Ortiz foi atingido pela rodas do trem ficando gravemente ferido. Socorrido, foi levado de volta a Campinas, onde precisou ter uma perna amputada.  


quarta-feira, 20 de março de 2024

Escrunchante preso em Jundiaí

 Em sua edição de 11 de janeiro de 1930, o jornal O Estado de S. Paulo noticiava a prisão, em nossa cidade, de Jayme Baptista Pereira. 

Pereira já havia cometido mais de 40 crimes, e era fugitivo da polícia. 

Era tido como um arrombador, e a matéria classifica-o como "escrunchante", palavra que não é mais usada mas que consta de dicionários, como sinônimo de ladrão. 

sexta-feira, 1 de março de 2024

TREVO DA AV. JUNDIAÍ CONCLUÍDO EM 1958

 



Em sua edição de 23 de julho de 1958, o jornal O Estado de S. Paulo informava estar sendo concluída a passagem sob a Via Anhanguera, que faz parte do principal acesso à nossa cidade.

Na época, o trevo permitia praticamente apenas o acesso à Avenida Jundiaí - fica no km 58 da Via Anhanguera.

A obra demorou 8 meses para ser concluída.

Desde aquela época, o trevo foi bastante ampliado; seu aspecto atual é mostrado pela foto abaixo, onde uma seta em vermelho mostra a passagem que foi objeto da nota do jornal.






sábado, 24 de fevereiro de 2024

1941: BAILE EXIGIA TRAJE "A RIGOR"

Em sua edição de 23 de agosto de 1941, o
jornal O Estado de S. Paulo noticiava a realização de um baile no "Casino Jundiaiense", uma das entidades que deu origem ao atual Clube Jundiaiense.

O baile seria animado pelo Jazz Carajás e o traje exigido era "a rigor", o que não se vê por aqui há muitos anos.

Esse tipo de traje prevê para os os homens o uso de smoking, e para as mulheres,  vestidos longos em tecidos nobres.

sábado, 3 de fevereiro de 2024

ROUBAR O GOVERNO NÃO É NOVIDADE

 Em sua edição de 27 de julho de 1926, O
Estado de S. Paulo noticiava que "audaciosos gatunos" haviam invadido o Paço Municipal, arrombado um cofre e fugido com a quantia de  22 contos de réis. 

Trata-se de um cálculo muito grosseiro, mas levando-se em conta que um exemplar do jornal naquela época custava 800 réis, com 22 contos seria possível comprar 27.500 exemplares; dado que o preço do jornal hoje é de R$ 7,00, pode-se estimar que o valor roubado estaria ao redor de R$ 200 mil - realmente, um bom dinheiro...





sexta-feira, 24 de novembro de 2023

O CAMPINAS CRICKET CLUB VEIO A JUNDIAÍ

O cricket é um esporte de origem inglesa.

No final do século XIX foram criados vários clubes dedicados a ele, um dos quais o Campinas Cricket Club. 

Nosso amigo Moisés H G Cunha, que
pesquisa a história do esporte, nos enviou um recorte da edição de 27 de junho de 1885,  do jornal Correio Paulistano, à época o mais importante jornal paulista,  que noticiava uma viagem de membros desse clube à nossa cidade - provavelmente, tratava-se de um piquenique. 

É muito interessante observarmos as atividades desenvolvidas: jogos, lutas, danças etc. - tudo terminando com um "jantar opíparo".

Mas nem tudo correu bem: um jovem perdeu o controle de um cavalo que montava, bateu a testa "em um pau" e sofreu um "grande ferimento"...

Um dos presentes era o inglês Walter John Hammond,  funcionário da Cia. Paulista, que teve dois filhos, nascidos em Jundiaí, mortos na 1ª Guerra Mundial, lutando pela Inglaterra.

Quando da visita do Campinas Cricket Club a Jundiaí, Hammond provavelmente residia em Campinas, pois o jornal dizia que na ocasião ele fez um discurso homenageando os "jundiahyanos"

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

EM 1947, UMA NOVA LINHA DE ÔNIBUS LIGAVA S. PAULO/JUNDIAÍ/CAMPINAS

 O jornal "O Estado de S. Paulo" noticiava que a partir de 12 de abril de 1947 seria inaugurada uma linha de ônibus ligando São Paulo a Campinas, com parada em  Jundiaí. 

Como o escritório da empresa em nossa cidade ficava na Rua do Rosário, é bastante provável que fosse esse o ponto de parada dos ônibus em Jundiaí. 

A linha seria operada por pela empresa Expresso Bandeirantes Viação, e inicialmente seriam dois horários diários.

Como a Via Anhanguera teve a pavimentação inaugurada em 1948, deve-se supor que fosse uma viagem bastante demorada e desconfortável.

domingo, 22 de outubro de 2023

EM 1912, O AMOR GERAVA RAPTO


Em 24 de julho de 1912, O Estado de S. Paulo
relatava que o pai de uma garota de 15 anos, residente em Louveira, então município de Jundiaí, queixara-se à polícia por ter a garota sido "raptada" por seu noivo.

A notícia dizia ser provável que o casal tenha ido para a localidade de Campo Largo, Jarinu, onde o "raptor" teria parentes.

Curioso é que ao descrever a menina raptada, a nota dizia que ela estava descalça...


segunda-feira, 16 de outubro de 2023

UMA VISÃO DE JUNDIAÍ NO INÍCIO DO SÉCULO XIX

Em sua edição de 27 de agosto de 1937, O Estado de S. Paulo publicava uma longa matéria dedicada à história de nossa cidade.

Um trecho interessante falava da existência de oficinas que preparavam cangalhas, selas, ferraduras e outros equipamentos destinados às tropas de muares que iam para Minas Gerais, Cuiabá, Goiás e outros lugares, como um chamado Farinha Podre,  que ficava na região do hoje chamado Triângulo Mineiro.

A matéria fala também da visita que Luís D'Alincourt, um militar, escritor e pesquisador português, fez à nossa cidade em 1819.

D'Alincourt conta que a cidade tinha quatro ruas paralelas, mas apenas duas casas "de uma certa feição" e que as outras não passavam de casebres de taipa. 

Falava também do bócio,   um aumento do volume da tireoide geralmente causado pela carência de iodo, que deixava volumoso o pescoço das pessoas, fazendo com que elas passassem a ser chamadas "papudas" - O bócio atacava até mesmo crianças. 

domingo, 17 de setembro de 2023

1929: O TIFO MATAVA EM NOSSA CIDADE

Chamamos tifo a um conjunto de infecções bacterianas transmitidas por parasitas como piolhos, ácaros e pulgas.

Atualmente o tifo não é muito comum e normalmente aparece em contextos de más condições de salubridade e grandes aglomerados de população.

Não existem vacinas que possam prevenir a doença, que é tratada com antibióticos e exige melhoria das condições de higiene para que não prolifere.   

Segundo a edição de 24 de dezembro de 1929
do jornal O Estado de S. Paulo, o tifo grassava em nossa cidade, inclusive tendo feito uma vítima fatal, um jovem que residia à rua Siqueira de Moraes.

O jornal alertava a população acerca da necessidade de combater as moscas,
tidas 
como as transmissoras da doença, com o uso de inseticida - o flit, como era chamado. 

Mas dizia que não adiantava usar o flit em uma casa isoladamente, pois as moscas iriam se retirar e voltar em seguida; a proposta era que todos os dias, às 10 e às 20 horas, toda a cidade aplicasse o inseticida.

O jornal dizia que "quem for pobre deveria mandar encher seu pulverizador na Câmara, gratuitamente"...

As doenças infecciosas fazem vítimas há muito tempo...



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quinta-feira, 14 de setembro de 2023

1886: PADARIA DA RUA BARÃO MUDAVA DE DONO

Em 28 de dezembro de 1886 O Estado de S. Paulo noticiava a venda de uma padaria situada "à rua do Barão de Jundiahy, largo da
Matriz". 

Os compradores eram Attilio Massili e Luigi Massagli - o vendedor Vincenzo Pardini.

O anúncio dizia que os compradores esperavam "continuar a merecer a confiança do público e bons freguezes, a quem servirão com a maior promptidão".

Seria interessante saber o que funciona hoje na área anteriormente ocupada pela padaria.

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

HIGHWAY HI-FI, UMA VITROLA PARA CARROS

A Columbia Records lançou nos anos 1960 seu “Highway Hi-Fi”, uma vitrola para ser instalada em automóveis. 

A foto abaixo mostra o aparelho instalado no Volvo P1800 1967 do jogador do Manchester City  Mike Summerbee. 

Note-se que, pelo seu tamanho, o Highway Hi-Fi não podia tocar os LPs de 12 polegadas, os discos mais comuns da época. 


segunda-feira, 14 de agosto de 2023

LOJA DE CALÇADOS ESTAVA À VENDA EM 1870

Em sua edição de 18 janeiro 1870, o Correio Paulistano trazia o anúncio de uma loja de calçados de nossa cidade. 

O anúncio ressaltava os preços e qualidades dos produtos vendidos e dizia também que o negócio precisava de dois aprendizes de sapateiro. 

A loja ficava na rua Direita, hoje Barão de Jundiaí.




domingo, 6 de agosto de 2023

DESMORONAMENTOS PREJUDICAVAM OS TRENS DA SANTOS A JUNDIAÍ

Em janeiro de 1870, chuvas torrenciais causaram desmoronamentos no trecho da Serra do Mar da então Estrada de Ferro de São Paulo, depois São Paulo Railway e Santos a Jundiaí.

Em 19 de janeiro daquele mês, o Correio Paulistano informava que o tráfego de trens ficara prejudicado: trens de carga não correriam entre São Paulo e Santos e, apenas nos dias em que havia a "mala marítima" - correspondência a ser embarcada nos navios que saiam de Santos - haveria um trem que ligaria as duas cidades.

Mesmo assim, os passageiros que resolvessem viajar nesse trem deveriam fazer um trecho da viagem a pé - esse trecho era o chamado 3º Plano da serra - e os passageiros deveriam carregar suas  bagagens nesse trecho.

Os trens entre São Paulo e Jundiaí correriam normalmente.


 










quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Nóbrega & Vieira queriam vender seu negócio de secos e molhados

 Em 1870, o jornal Correio Paulistano anunciava que estava à venda "um negócio de seccos e molhados bem sortido".

O anúncio dizia que o estabelecimento trabalhava com gêneros de muito boa qualidade, e que era "muito afreguezada e em lugar muito excellente" - ficava no "canto da rua do Rosário".

O negócio provavelmente ficava em uma esquina da Rua do Rosário - seria muito interessante saber exatamente onde, se o negócio aconteceu e por que seus sócios, Nóbrega & Vieira queriam passar o estabelecimento à frente.





segunda-feira, 31 de julho de 2023

EM 1870, VIGARISTAS JÁ ASSOLAVAM JUNDIAÍ

Muito provavelmente, vigaristas estavam aplicando golpes em nossa cidade: em sua edição do sábado, 8 de janeiro de 1870, o Correio Paulistano, à época o mais importante jornal de São Paulo, publicava um anúncio assinado por Joaquim Benedicto de Queiroz Telles, o Barão do Japy, avisando os comerciantes de nossa cidade para que nada vendessem ou entregassem a pessoas que diziam estar fazendo compras em seu nome, a menos que apresentassem pedidos por escrito e assinados pelo Barão.

 
Queiroz Telles, (1819-1888), era um homem culto: poliglota e professor de latim, era filho de Antonio de Queiroz Telles, o Barão de Jundiahy  e irmão do Dr. Antonio de Queiroz Telles, o Conde do Parnahyba, tendo anfitrionado Dom Pedro II quando se sua primeira visita a Jundiaí.

Produtor de café em nossa cidade, foi vereador em São Paulo e deputado provincial (deputado estadual) - era Tenente Coronel da Guarda Nacional.
 

domingo, 23 de julho de 2023

UMA PALESTRA DO PADRE RICCI


Em sua edição de 16 de maio de 1933, o jornal O Estado de S. Paulo noticiava que o Padre Dr. Arthur Ricci proferira uma palestra no Gabinete de Leitura Ruy Barbosa. 

O tema da palestra foi "o porque das difficuldades na catechese dos indigenas". O jornal concluía dizendo que o orador foi muito aplaudido.  

O Padre, mais tarde Monsenhor Ricci (1903-1984), foi um personagem muito importante na vida de nossa cidade.

Foi pároco da então Matriz, hoje Catedral, tendo trabalhado muito pela criação da Diocese de Jundiaí e por outras causas nobres, como a Casa da Criança.

sexta-feira, 7 de julho de 2023

A FALÊNCIA DA COMPANHIA CERÂMICA VILLA RAMY

O Estado de S. Paulo de 29 de junho de 1915 trazia um edital anunciando a venda dos bens da massa falida da "Companhia Cerâmica Villa Ramy"
- após a venda a empresa continuou operando, recebendo mais tarde os nomes de Cidamar e Incepa - atualmente pertence ao grupo espanhol Roca. 

É muito interessante conhecer alguns dos bens que pertenciam |à empresa, além das instalações industriais propriamente ditas, descritas como "possantes e moderníssimos machinismos ceramicos"

- área de 200 mil metros quadrados

- casas para 20 famílias de empregados

- 3 quilômetros de via férrea interna

- uma linha férrea de 3,5 quilômetros ligando a fábrica à estação ferroviária; nas proximidades desta, um terreno com 10 mil metros quadrados, provavelmente utilizado para guarda de produtos a serem despachados e matérias primas que chegavam.

 

quarta-feira, 28 de junho de 2023

A fábrica de cadeiras de Guido Pellicciari

Em sua edição de 8 de novembro de 1936, o jornal O Estado de S. Paulo publicou matéria especial sobre nossa cidade, da qual constaram anúncios de diversas empresas da cidade. 

Dentre essas, estava a fábrica de cadeiras de Guido Pellicciari, uma grande empresa para os padrões da época. 

A fábrica situava-se no bairro de Vila Arens, onde hoje existem dois grandes edifícios residenciais, um tem seu nome e outro o de sua esposa.

A  empresa ganhou notoriedade pela quantidade e qualidade de seus produtos, atingindo em pouco tempo o título de maior empresa do ramo no Brasil.

Guido Pellicciari também foi vereador em Jundiaí; nasceu em 1897 e faleceu em 1972. 

segunda-feira, 19 de junho de 2023

1903: É FUNDADO O JUNDIAHY FOOTBALL CLUB

Em artigo publicado na Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, edição de agosto de 2021, Guilherme Grandi e Marcelo Roubicek contam que a   primeira tentativa de criação de um time de futebol ligado aos ferroviários da Companhia Paulista alocados no município de Jundiaí, fundamentalmente nas oficinas de construção, reparos e manutenção do material ferroviário, se deu em 1903 por meio do Jundiahy Foot Ball Club.

Segundo os autores, a fundação do clube  aconteceu durante "reunião reunião realizada em frente à locomotiva nº 34, estacionada no pátio de manobras, perto da fundição".

Sua primeira partida foi disputada em 24 de
junho de 1903 contra a Associação Atlética União da Lapa, equipe oriunda do bairro operário da Lapa, da cidade de São Paulo, onde a presença de ferroviários da companhia inglesa São Paulo Railway também era expressiva. 

O jogo foi realizado em um campo no bairro da Barreira, próximo à sede da Companhia Paulista  em Jundiaí; os atletas usaram como vestiário um vagão de trem estacionado nas proximidades do campo onde se realizou a partida. A equipe da Lapa venceu por um a zero. 

A escalação do Jundiahy para esse jogo foi a seguinte: John Normanton; A. Henworthy e T. Scott; G. Hanikel, Curadi e Pacheco; Ribeiro, Rogek, J. Henworthy, Frederico Fuller e Leite; na reserva, J. Simões e A. Simões.

A foto acima lado mostra uma das formações da equipe, não se conhecendo a data em que foi feita.

O Jundiahy Football Club foi extinto em 1908, segundo diz a historiadora   Ana Lucia Duarte Lanna em trabalho que apareceu na publicação  Varia Historia, de 2016.

domingo, 18 de junho de 2023

Arens Irmãos, uma das maiores empresas de nossa cidade

Na edição de 4 de fevereiro de 1900, um domingo, o jornal O Estado de S. Paulo  publicava um anúncio da Arens Irmãos,  uma das maiores empresas de nossa cidade, à época. 




sábado, 3 de junho de 2023

1972: A SITUAÇÃO DO PAULISTA FC ERA DESESPERADORA


 

A situação que o Paulista FC vive hoje não é inédita: em sua edição de 17 de dezembro de 1972, o jornal O Estado de S. Paulo dizia que a situação do clube era "desesperadora": o Paulistinha, torneio que classificaria times pequenos para o Campeonato Paulista chegava ao fim, e o time de nossa cidade estava em último lugar.

Os salários não eram pagos há quatro meses e as dívidas cresciam, tendo o telefone e a luz do estádio sido cortados - é mais ou menos o que acontece hoje - e não há perspectivas de melhora.  

segunda-feira, 24 de abril de 2023

EM 1972, IBIS CRUZ ERA ELEITO PREFEITO DE JUNDIAÍ

 Em sua edição de 19 de novembro de 1972, o jornal O Estado de S. Paulo publicava os resultados das eleições municipais acontecidas em nossa cidade.

O vencedor foi Ibis Pereira Mauro da Cruz, que concorreu com pessoas bastante conhecidas em nossa cidade:  Urubatan Salles Palhares, que foi deputado federal,  Vitória Furlan de Souza, Jayro Maltoni, que foi deputado estadual e federal e Otávio Betelli.

Como curiosidade, o fato de existirem  apenas dois partidos, Arena e MDB, mas cada um podia lançar mais de um candidato.



sexta-feira, 21 de abril de 2023

1886: BOIS SOLTOS ERAM PROBIDOS NO CENTRO DA CIDADE

 

Na sessão da Câmara Municipal acontecida
em 23 de fevereiro de 1886, o vereador Reducino narrou um fato que havia presenciado: a invasão de um estabelecimento comercial por um boi que era conduzido ao matadouro.

O estabelecimento, de propriedade de João Varanda, ficava na Rua Senador Fonseca. 

O Vereador propôs que fosse proibida a condução do gado solto, como era costume, e que quando o mesmo precisasse cruzar a cidade, fosse conduzido pelo Largo de São Bento e descesse para a Rua da Palha (atual Prudente de Moraes).

A proposta foi votada e aprovada.